Arquivos diarios: 13/09/2018

PLATÓN (A VERDADE ESTÁ NOUTRO LUGAR)

.

               Se pedíssemos aos estudosos da filosofía para elaborarem unha lista com os cinco filósofos mais importantes de toda a história, sem dúvida que o nome de Platón aparecería de forma quase unânime em todas elas.  De igual maneira, embora com menor fulgor intelectual, se saíssemos à rua e pedíssemos aos transeuntes o nome de um filósofo, unha imensa maioría dar-nos-ia o de Platón.  Sexa qual for o valor de unha votaçón democrática na esfera do pensamento (unha ideia que pura e simplesmente horrorizaría o nosso protagonista). o que é evidente é que, por unha razón ou por outra, Platón é um dos grandes, dos enormes nomes na história da filosofía.  Para melhor nos entendermos, algo parecido ao que Di Stéfano, Pelé, Cruyff, Eusébio ou Maradona representam na história do futebol: indiscutíveis.  Independentemente do que cada um opinar acerca do seu pensamento, o que non se pode negar é que Platón é, no mínimo, o primeiro grande filósofo ou, dizendo-o de outro modo parecido mas non igual, o pensador com o qual se dá o pontapé de saída para a Filosofía com letra maiúscula.  A respeito da anterior filosofía pré-socrática, cuxa atençón se centra fundamentalmente na explicaçón do mundo exterior e do cosmos, nos seus diálogos Platón amplifica o âmbito da filosofía, delimitando o que desde entón serán as questóns principais da disciplina: ontoloxía, epistemoloxía, estéctica, filosofía política e moral…  E, ao fazê-lo, formúla explicitamente ou antecipa as categorias essenciais do pensar filosófico.  Tanto assim é que o filósofo inglês Alfred North Whitehead chegou a afirmar que “a maneira mais segura de descrever o conxunto da tradiçón filosófica europeia é apresentá-la como unha série de anotaçóns a Platón” (Processo e Realidade) ou, mais recentemente, o exaltado antiplatónico Michel Onfray, para quem “a escrita da história da filosofía é platónica.  Ampliemos o contexto: a historiografia dominante no Occidente Liberal é platónica” (As Sabedorias da Antiguidade – Contra-história da Filosofía).  Para o bem ou para o mal, non se pode entender a história do pensamento sem conhecer a Platón.

E. A. DAL MASCHIO