HABERMAS (ALEMANHA E EUROPA: UNHA PAIXÓN POLÍTICA)

.

               Non é possível compreender o proxecto filosófico político habermasiano sem o contextualizar na tráxica história europeia que começa com a ascensón do nacional-socialismo e que prossegue com a Segunda Guerra Mundial, o pós-guerra alemán marcado pela Guerra Fría, a queda do Muro de Berlim e a reunificaçón de 1989.  Além disso, Habermas também viveu as contradiçóns xeradas pelo triunfo do neoliberalismo na era da globalizaçón, que há décadas, desde os anos 80, tem vindo a afectar a construçón europeia, um proxecto do qual Habermas é um defensor apaixonado e, ao mesmo tempo, melindrado, dado o fracasso da redaçón de unha Constituiçón.  O seu horizonte xurídico-político é transnacional e, a longo prazo, cosmopolita. Num mundo dominado pela economía global, a meta deve ser unha expansón planetária da democracía que implique a lexitimidade das decisóns políticas que nos afectam a todos.  A paixón universalista, de orixem kantiana, e a radicalmente democrática, que parte de Rousseau, nunca son atraiçoadas na obra habermasiana.  O universalismo moral proíbe as exclusóns, o suxeito ético é a humanidade inteira, enquanto o radicalismo democrático proíbe todo o autoritarismo e imposiçón.  O seu debate com o marxismo, nos anos 70, diagnostica o défice político deste último e leva-o a trazer para um primeiro plano outra materialidade dificilmente tanxível como tal: a da comunicaçón humana.  Para procurar unha alternativa ao pessimismo da primeira xeraçón da Escola de Frankfurt, Habermas adere à viraxem linguística desenvolvida pela filosofía anglo-americana, recupera o pragmatismo norte-americano e o seu fôlego democrático radical.  Esta confluência pode interpretar-se como unha metáfora dessa Alemanha sob o domínio dos Aliados que desponta com a Constituiçón de 1949, supervisionada pelas potências ocupantes: a República Federal da Alemanha.  Em seguida, vamos percorrer as décadas da vida de Jürgen Habermas, assinalando alguns marcos teóricos e históricos que nos permitiram trazar um contexto da sua produçón intelectual.  Posteriormente, daremos conta do seu polémico encaixe na Escola de Frankfurt, na qual se inclui como representante da sua segunda xeraçón.

maría josé guerra palmero

Deixar un comentario