LITERATURA (BALZAC)
.
HONORÉ DE BALZAC
Ó escreber a “Comêdia Humana”, este prodixioso ciclo narrativo cuxa riqueza e profundidade non foron igualadas contemporaneamente, Honoré de Balzac ampliou os limítes do românce até fazer désta o meio de expressón privilexiada da moderna literatura. Ó mesmo tempo, criou um realismo de novo cunho que lhe permitíu descreber as mutaçóns experimentadas pola sociedade francêsa despois do império napoleónico. Mas, mais alá déste contexto histórico e literário, Balzac, conserva a perene actualidade que é própria de todos os grandes escritores universais. Ó final de “Papá Goriot”, erguido no alto do cemitério de Pére Lachaise. o xovém Rastignac avanza uns passos e contempla París “tortuosamente extendida ó largo das duas marxéns do Sena, no que comezabam a brillar as luzes. Seus olhos quedaron prendidos, quase ávidamente na columna da praza Vendôme e na cúpula dos inválidos, onde vivía aquel mundo elegante no que había querido penetrar. Lanzou sobre aquela zumbeante colmeia unha mirada que parecía extrair o mel por antecipado e pronunciou éstas grandiosas palabras: “Agora nos veremos as caras!” Ésta podería ser a escena emblemática, o arrogante mascarón de prôa que embiste e rasga as néboas do tempo e os prexuízos que flotan sobre a vida e a obra de Honoré de Balzac. Em românces anteriores, Rastignac, era um obscuro personaxem de segunda ordem, um comparsa (aparece por vez primeira em 1831, em “A Pel de Zapa”) e depois o veremos muitas outras vezes passeando os seus sonhos e ambiçóns por toda a “Comédia Humana”, o grande retrato da “França da Restauraçón” monárquica que seguíu ó Império de Napoleón. Deixando de lado ó próprio Honoré, que probavelmente supera em ambiçón e desmessura a todas as suas ciaturas literárias. Rastignac, é a personaxe mais balzaquiana de toda a basta obra do escritor. Filho espiritual de Julien Sorel de “Roxo e Negro”, este xovém sem meios de fortuna, atractivo e sonhador que, cegado pelo fulgor do éxito e do dinheiro, desde o alto de “Père Lachaise” desafía a cidade de París e convoca a glória futura non é outro que o “alter ego” de Balzac, cuxo afán de triunfo non têm limítes e que non parará de escreber, correr em pós de quimeras e tantear negócios derrochando vitalidade até ser admitido nos salóns mais distinguidos de París e viver apaixonados românces com as damas mais fermosas e intelixentes daquéla sociedade deslumbrante que aínda estava demasiádo perto do império, apesar de Waterloo. E é désta maneira, no meio désta febríl actividade social e sonhadora que Balzac concebe o vasto proxecto da “Comêdia Humana”, sentado na mesa de trabalho do seu estudo parisiense, ás altas horas da noite e em batín, atiborrado de café e de visóns, e rodeado de cadernos enfarruscados. Había que conquistar París e o triunfo social, da mesma maneira que Napoleón Bonaparte tinha conquistado Europa.
rba editores, s. a. -barcelona
,
,
.
Esta entrada foi publicada en
Uncategorized.
Ligazón permanente.