PEDRO MADRUGA REI DA GALIZA

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                      pedro madruga

     (1324 – Pedro Madruga de Soutomaior “Rey da Galiza”)

               Nalgúnhas histórias da Galiza, cita-se de passada a um tal Pedro Madruga de Soutomaior, que  chegou – parece ser – a autotitular-se “Rei da Galiza”, e passou a vida combatendo.  Chamaba-se Pedro Alvarez de Soutomaior (Sottomayor na forma castelhana do seu apelhido), apodado “Pedro Madruga” – nome com o que passou á lenda galega (porque gostaba muito de madrugar nas cabalgadas).  Sucedeu na xefatura da Casa de Soutomaior ó seu irmán Alvaro Pais.  “Pedro Madruga” era filho bastardo, mas o seu irmán Alvaro o aporfilhou, confirmando o aporfilhamento por cédula do rei Enrique IV, fecháda a seis de Agosto de 1468.  Foi, sem dúvida, o mais notório dos inquiétos, e sempre revoltádos, senhores galegos da época.  Os que eu mesmo chamei “Os condes loucos”.  O historiador López Ferreiro, no seu libro “Galiza no último terço do século XV”, dí de Pedro Alvarez de Soutomaior que  “era unha mistura extranha de todos os vícios e virtudes.  Arrogante e taimado ó mesmo tempo, cruel e sanguinário, mas á vez xeneroso e desprendido, fecundo em recursos para toda classe de empressas…  É Pedro Alvarez um dos carácteres mais orixinais que presenta a nossa história”.  Nos primeiros anos da sua vida, iba para clérigo, mas cedo abandonou os latíns pola espada.  Foi o grande rebelde da Galiza do sul.  Quando consolidado o poder da Casa de Soutomaior, estalou na Galiza a grande revolta camponésa e popular dos Irmandinhos, empenhados em destruir as fortalezas desde onde a nobreza depredába o país e guerreában entre eles cada día.  Pedro Madruga, refuxiou-se em Portugal, onde tinha terras e parentes seus e da sua mulher, dona Teresa de Tábora, portuguesa.  Pronto, repassou o Minho, recontruíu as suas fortalezas, recobrou os seus estados e uniu-se ós nobres que combatiam os revoltosos, ás ordens do arzobispo de Santiago, Alonso de Fonseca.  Pedro Madruga, cargando com a cabalaría, virá a derrotar os Irmandinhos, na batalha da Framêla, nas proximidades de Compostela (1469).  Era notório o seu valor na batalha e o seu saber dos golpes rápidos e das emboscadas.  Quando os Reis Católicos, no seu viáxe á Galiza em 1485, intentaron impor xustiza e paz no reino dos galegos. Pedro Madruga, andou quieto por algúm tempo, mas logo voltou com as suas pretensóns, a ser senhor de Tui e sobre vilas e terras.  Fixo prisioneiro ó bispo de Tui, correu a vila de Ribadávia, da que se despedíu com o famoso ¡Adeus, xudeos de Ribadávia!, tomando por xudeos a todos os da vila, que tinha rica e próspera xudaría…  Desde Salvaterra do Minho, que era sua, até Baiona e a grande fortaleza famíliar de Soutomaior.  Pedro Madruga, conde de Caminha e visconde de Tui, exercía o seu poder brutal e incoherênte.  A lenda conta as suas muitas cabalgadas.  Mas todo o seu poder vêm-se rápidamente abaixo.  O seu finho primoxénito tomou o castelo de Soutomaior contra o pái.  Os Reis Católicos, non lhe perdoában a sua rebeldía, e menos a prisón do bispo de Tui, o qual libertou mediante rescate. Querendo congraciár-se com os reis, foi-se a Castela levando um seguro do conde de Benavente, e unha promesa de patrocínio do duque de Alba.  A Alba de Tormes, passou Pedro Madruga desde Portugal, mas quando chegaron á vila de Fernando e Isabel, retirou-se ó convento de Santo Leonardo, onde apareceu morto.  “Uns dixéron – refere Vasco da Ponte-  que o conde de Caminha morrera alí de dous carbúnculos, e outros que o alcalde Troyano, entrára no convento com os seus porqueiróns e, que lhe botáron um garrote ó pescozo”.  Mas, Da Ponte fái elóxio de Pedro Madruga:  “Este conde era muito manhoso, muito súbtil e muito sábio e muito sentido em cousas de guerra.  Era franco e tratába bem os seus, mas era cruel com os enemigos, e comía muito do alheio.  Grande sufridor de trabalhos.  Nem porque chove-se, nem nevá-se, nem xelá-se, nem por todas as tempestades do mundo, non deixa-va nunca os seus feitos, nem daría um cornado por dormir fora em inverno, nem em casa coberta.  Onde non atopá-se roupa, sabía dormir encima de tábua”.  A sua pretensón ó trono da Galiza, forma parte da lenda.  Nunca intentou tal.  O que quería era a vida libre da sua mocidade, a querra quotidiana.  Algo tería, que calou no ánimo popular, e todavía hoxe se recorda com simpatía.  Todavía hoxe se pode escutar um velho cantar:

    ¡¡Viva a palma, viva a flor, viva Pedro Madruga, Pedro Madruga de Soutomaior!!

história e vida

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