LISBOA (OS LOUCOS ANOS DA MODERNIDADE)

LISBOA (OS LOUCOS ANOS DA MODERNIDADE)

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               Atravéz deste artigo, iremos entrando nas profundezas de unha modernidade, que nos trouxo um capitalismo novo, de cunho “bananero”, que aínda que parecía “inxénuo”, e que vinha para liberar-nos, na realidade, ocultava debaixo da sua capa “Beaubeariana” gráves perigos para o futuro.  Iremos vendo, como as luxosas mansóns aristocráticas, depois de arruinádos os donos, se ván paulatinamente convertindo em “Clubs”.  Alí se xoga, alí se bebe, se come, e se forníca como animais. ¡¡Isso sim, pagando por tudo!!  Agora, que xa son inofenssívos, non podo deixar, se for possível ,de recomendar unha visíta a estes ântros do vício, lugares  cheios de arte e encanto (as peças de arte xa están em museos, as que se conseguiron salvar).  Até ó ponto, de que muitos deles, eram considerados  como verdadeiros musêos.  Lisboa, aumentára muito a sua povoaçón, chegando a ter perto de meio milhón de habitantes.  Nésta sociedade portuguêsa, tán civilizada e xentíl, as meninas ricas e independêntes, chamadas “garçoniérres” (possivelmente, as mulheres mais atractívas de todos os tempos).  Non só, pela sua posse estéctica física (cabelo curto, chapêus, vestidos), mas sobretudo, polas idéias e ganas liberadoras.   Néstes “Clubs”, luxuosos e refinádos, a “xente deçente”, convivía de natural modo, com prostitutas e malândros (bastânte civilizados, diga-se), intelectuais, artístas, xornalístas, xogadores, bebedores, comedores, tabaquístas e drogadictos (era um negócio, incipiênte).  Está claro, que quase tudo o que a modernidade trouxo, foi lixo, xogo, trata de “brancas” e, de “negras”, champán, droga, tabáco, cocaína, ópio, especuladores, e o pior de tudo, as guerras brutáis que se adivinhavam.  Estes “Clubs”, estavan todos nas zonas “Chics”, situádos principalmente na Rua das Portas de Santo Antón, nos Restauradores, e no centro da cidade.  Verdade é, que o luxo, também alternava ó mesmo tempo, com a miséria xerál da povoaçón, que malvivía em barracas de madeira, nas zonas do Arco do Cégo, e outras mais, ameaçados por doênças epidémicas, como a côlera ou a tuberculose.  Mas non viémos aquí, para afundar-nos no fângo de Lisboa, e procuraremos  olhá-la, sem mirar muito os seus defeitos e maleitas.      

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               Começamos pelo “Majestic Club”, situado na Rua das Portas de Santo Antón, agora transformado êm “Casa do Alentejo” (recomendo unha visita, pois pode levar unha agradável surpresa).  Aquí, vinha-se sobre as nove da tarde, só ou acompanhado, tomáva-se um invento américano chamado “cocktail”, ademais, había cabeleireiros “chics” e manicuras (cachondas). Depois, podia-se comer (pela boca) no restaurânte fino, seguidamente havía espectáculos, champán e baile em abundância.  E, muito máis tarde, vinham os verdadeiros problemas, “strip-tease”, xogo, drogas e sexo mercantil, tudo no mesmo sítio e á mesma hora, como agravánte.

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               Outro, dos grandes “Clubs”, era “O Monumental”, situádo também na mesma zona central de diversón, e com a mesma filosofía, moderna e funcionál.

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               O “Club Pálace”, que é agora a honésta “Camara de Comércio”, xá foi também em tempos passados, lugar de fésta,  desemfréio, e perdiçón.  Néste ântro luxoso, foi vendida pela primeira véz em Lisboa cocaína, xá debidamente repartida em doses pessoais, e era de cabalheiros, invitar os seus amigos e as suas amantes.  Um dos locais mais afamados do mundo, frequentado por xentes admiradoras de Freud e do Psicanálise.  Fica na mesmíssima Rua das Portas de Santo Antón, ó inferno.

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               Néssa mesma rua, ficava também o “Bristol Club”, que foi “Meca”, alá pelos anos vinte, de intelectuais, artistas e xornalistas, e, coitado, acabou sendo comprado pelo Bêmfica, alá pelos anos vinte, o qual supuxo um enorme retrocesso civilizacionál, pois a cultura caíu nas máns da “trangalháda”.  O seu dono anterior, era um “rico-home”, que atesourava nele obras de arte, entre elas unha de José de Almada Negreiros (poéta sensacionísta e narcíso-do-Ejípto). É pelo que coloco aquí no artigo, fotografía déla.

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               Finalmente, tampouco escapou o maxestuoso “Palácio Fóz” da prostituiçón xeral dos tempos, arruinado também o seu lexítimo dono (seguro que propositadamente).  As forzas malébolas da modernidade, erixíron sobre o seu cadáver o “rien plús”, “la Crême de la Crême”, feito para a xente mais fina da cidade, um autêntico “Versailles”, “O Maxims Club”!!  Até tinha espectáculos para os nenos (non sexam mal pensádos, pola tarde).  Frequentádo pela elít, tinha de tudo o que é imaxinável, tudo o que unha mente retorcida poida pensar, aí estava.  Áh!! Mas, héis, que apareceu um monstro!!  Um fascísta!!  Salazar!!  O ôgro rexenerador, acabou com o desemfréio, acabou com a “Coca Cola”, com a loucura das xentes!!  Desterrou o vício, para lugáres distântes, para o Estoríl, para Cascáis, para a Madeira.  O vício, esse continuou, mas escondido.  E sobre tudo, só para xente importânte!!  Assím, êm 1930, o último dos grandes “Clubs” de Lisboa, foi finiquitádo ad aeternam.

   

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