Arquivos diarios: 15/03/2018

QUE NADA SE SABE (13)

.

               Volto à carga com a definiçón de ciência.  Explican o hábito científico como unha acumulaçón de muitas conclusóns. Resulta pasmoso como, avandonando totalmente as cousas, voltan sempre ás suas ficçóns, ó igual que a gata de Esopo transformada em doncela, que, apesar de ter mudado de forma, todavia continuava perseguindo os ratos.  Certamente, tal é para eles a ciência:  nada saben mais que muitas conclusóns, mas nenhuma cousa.  ¿Quem definiu xamais a visón como unha acumulaçón de espécies?  Mas a ciência non é senón unha visón interna.  Que se a ciência é unha acumulaçón de conclusóns, muita ciência tem este libro.  És um retorcido: dirás talvez que contem ciência escrita, segundo aquilo de que unha cousa é o termo vocal, outra o escrito, outra o mental.  Non o entendo, mas podo concede-lo.  ¿Que se segue?  Que nem tú nem eu sabemos nada.  Proba-o Esopo, que, posto à venda entre dous companheiros de escravidón, gramático um e retórico o outro, quando em último lugar lhe perguntaron que sabía, respondeu: nada.  ¿E como así?  Porque – dixo – o gramático e o retórico, non me deixaron nada que saber (pois estes, em efeito, quando se lhes perguntou anteriormente que sabían, contestaron que tudo).  De maneira que agora, segundo tú, este libro sabe muitas cousas, outro incluso mais, e com todos os outros ocurre algo parecido; logo nada nos queda a nós para saber!

francisco sánchez