O SITUACIONISMO
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O situacionismo como movimento agitou os temporais de 68. Os situacionistas tinham proposto uma definiçao do seu movimento no número 9 da sua revista, publicado em agosto de 64. Ao perguntar a um situacionista qual o significado da palavra “situacionistas” deparamo-nos com a seguinte resposta: Define uma situaçao que se propoe “fazer” as situaçoes e nao “reconhecê-las” como valor explicativo ou de outro tipo. Substituímos a passividade existencial pela construçao dos momentos de vida e da dúvida, pela afirmaçao lúcida. Isto indica que a “revolta” fora alimentada com muita antecedência. Os nomes mais recorrentes no contexto do movimento serao Guy Debord e Raoul Vaneigem. Tudo se acelera a partir de março de 68. Revolta na nova faculdade de Humanidades de Nanterre a favor de reivindicaçoes que se configuram no assembleísmo do que se conhecerá como movimento 22 de março – cuja figura mais conhecida será Cohn-Bendit -, assim baptizado porque é nessa data que os estudantes ocupam os escritórios da administraçao. É a explosao de maio. As respostas provocadas sao difíceis de avaliar. Mardrais, que seria secretário do PCF anos depois, publica um artigo de advertência intitulado “Os falsos revolucionários têm de ser desmascarados”. É verdade. Devem ser desmascarados. Assunto de hemeroteca: dias mais tarde, a 8 de maio, o PCF inícia uma aproximaçao ao imparável movimento. (…) “Tendências diferentes” implica que, ou se pode considerar e valorizar uma dada situaçao de forma diferente, ou a situaçao pode ser de facto distinta para uns e outros. Como vimos, a aproximaçao sartriana á política comunista produziu-se no início dos anos 50, porquanto entendeu que existia um fundo comum que podia aproximar quem sofre as duras adversidades do capitalismo. Assim, sem renunciar á equivalência entre escassez e meios de subsistência, Sartre detecta neste momento o aparecimento de uma nova modalidade de “escassez” – que vai inspirar alguns dos novos movimentos até aos nossos dias. É numa entrevista concedida em Junho de 1968 ao “Le Nouvel Observateur” que Sartre desenvolve com clareza esta questao: O velho motor das revolu- çoes, que era a necessidade nua, acaba de ser substituída (…) por uma nova exigência. É a liberdade. (…) O que censuro a quem insultou os estudantes é nao ter visto que expressava uma nova reivindicaçao: a da soberania.
j. l. rodriguez garcia
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