Arquivos diarios: 04/02/2012

AS MALAS HORAS

AS MALAS HORAS

Habia um home de teatro Galego, que eu conhecin meramente por acaso da fortuna, nunha noite de bohémia Viguesa. Este rapsóda, como tantos outros muitos lastimosamente abandonados e finalmente perdidos para todos nós, tinha unha aureola de xenealidade deslumbrante. Voltei a velo um par de veces mais, unha na TV Galega e outra na Televisao Portuguesa, onde participou como assesor num programa merdento do tipo asalto á fama. Apesar da mediocridade do espectáculo, sobresaía a sua grande xenerosidade e talento verdadeiro sobre este mundo rasteiro.
Contando contos era maxistral, criou um personaxe que se chamava o “Vidinhas” para as suas aventuras literárias, unha das falcatruas que mais me gostou  era mais ou menos así:

A fermosa e louzana Balbina, a roupa seca á flor do crepúsculo recolheu, e como um sol dourado desapareceu na penumbra da noite cálida, deixando mortalmente estendida a corda sobre o caminho. O Vidinhas que vinha de bicicleta, non se sabe donde, as tantas da manhan, quedou levitando enganchado polo pescozo. E a bicicleta fantasmal continuou sola o seu percurso, indo assustar de forma bestial o Xosé das Tundas, home de escasa tempranza, que retornava ós seus aposentos, após larga xornada de boa vida, dissípada em tabernas e tubúrios de mala fortuna. O ver aquela assombracion andar sola, montada por seres doutro mundo, apanhou semelhante cagazo que quase morre dum infarto, quedando ali tremelicando fora de sí.
Em mala hora apareceu o Vidinhas, que resmungaba e maldecia a sua burra mecânica, posseedora de todos os calamitosos defeitos da raza asnar. O Xosé das Tundas, xa non puido aguantarse mais, foise a el e malhou até que xa non tivo mais folgos, praguexando de contínuo contra estes graciosos, que se dedican a assustar a xente de bem ás altas horas da noite.

Léria Cultural

A I T V DAS CASAS

Quero com este urxente artigo, alertar para a aproximacion á nossa órbita satélitiana, dum novo tributo, que a unha velocidade cósmica se aproxima da parvalheira, percorrendo as enormes distancias espaço-temporais que nos separan da modernidade, com unha facilidade sorprendentemente acelerada.
As tan desexadas reformas liberais, avanzan a um ritmo tamanho, que segundo é previsibel este novissimo dos negócios pronto campeará entre nós. Chamase a I.T.V. das casas, e consiste em que unha lexion de apóstolos préviamente privatizados, e altamente qualificados, percorreran as vivendas das victimas golpeando as paredes, para ver se son aptas, isto é se están em perfeitas condicions de habitabilidade, porque de non ser o caso, xa vexo mais de um dormindo ó aire libre.
Deronse conta, que isto da revision dos autos é unha mina inesgotábel, e intentan expandir o negócio a outros campos, e munha etapa posterior, quando a medicina xa estexa totalmente privatizada, enton tamen será a nossa ves de passar revision, e temo que muitos teremos sérias dificuldades para passala.
Falando do chuchamento de tutanos cerebrais, ha abundantes possibilidades de que no Universo a estúpides chegue a ocupar o lugar do hidroxénio.

Léria Cultural

O FIM DO MUNDO

Adolfo Fernandez, narrou com a sua habitual vehemencia, este conto tan real como a vida mesma, e que foi o que mais me gostou entre os inumeráveis, que conforman a seu repertório fecundo.
O home levantouse para fumar um cigarro no alpendre da sua casa, um Domingo pola manhan, disfrutando da suave frescura e dos delíciosos cantos da paxarada madrugadora.
Insuspeitadamente, desatouse semelhante dilúvio sobre o telhado da sua casa, que começou a ver desfilar diante sua, arrastadas pela torrente, todas as aves do corral unha por unha, despois vem o porco, que se debatia furibundo na desesperada espiral das águas turbulentas.
Enton, como que intentando reaxir, gritou para a sua mulher que se encontrava na cama.

¡¡ Levantate Concha, que hoxe é o fim do mundo !!

Tudo isto tem unha explicacion lóxica, que intentarei expor com seriedade:
O Sabado pola tarde, unha excavadora do Concelho que andava humanizando a zona, retirou toda a terra que servia de suporte a um cotovelo da conducta principal da traída de águas de Salvaterra, a curvatura cedeu á presion e desencaixouse, polo que non sei quantos miles de litros por segundo, foron cair certeiramente sobre o telhado da casa deste honrrado cidadan, que se atopaba disfrutando dum dos escassos momentos de lecer que a vida nos permite.

Léria Cultural

POR QUE COSA LUCHAMOS

Y ¿por que cosa luchamos?

Pues luchamos por lo que no existe, claro.

Si no, ¿que gracia tiene?

Para luchar por lo que ya existe ya están ellos,

Los ejecutivos del estado del bienestar, y por

Ello están luchando cada dia y procurando

que todo ciudadano luche por lo mismo, por

lo que existe.

  Agustin Garcia Calvo

AS ARMAS NUCLEARES TACTICAS

Quando um destes presidentes modernos, falou na possibilidade de utilizar bombas nucleares tácticas em Europa, todos os idiotas de turno se riron ante tamanha barbaridade, surxiron inmediatamente os exegetas televisivos que explicaron ás boas xentes, que o presidente non quixera decir o que dixo, senon que queria decir o que non dixo.
Como é natural, todo o mundo ficou tranquilo após os esclarecimentos categóricos ofrecidos pelas autoridades competentes. Mas a crua realidade era bem outra, efectivamente á intervencion sobre países que se desmembraron da antiga Cortina de Ferro, xa estava planeada com a súficiente antelacion, e a ela se referia o citado presidente parlanchin.
Pensa mal e acertarás, o tipo de arma que se pensava usar,  eran as armas “limpas”, tamen chamadas de “urânio empobrecido”, que se venhem útilizando em todas estas guerras actuais dunha maneira solapada. Estes artefactos son tan “democráticos”, que afectan os soldados de ambas partes por igual, mas despois de haberem professionalizado os exércitos, quem se vai importar por estes mercenários, que por dinheiro se ofrecen como carne de canhon.
As miles de toneladas de “urânio empobrecido”, que verdade sexa dita, nem sequer é urânio e muito menos pobre, pois tratase de bombas de plutônio altamente radioáctivas, com unha monstruosa vida de mais de quatro mil anos, e contenhen isótopo de urânio 236E, Que son cem mil veces mais perigosos que o referido urânio.
Os estragos que estan a causar estas bombas, que os Occidentais semean por todo a mundo com as suas guerras de expansion, baixo o pretexto de que necessitan misíes com grande poder de penetracion em brindaxens e cemento, para poder sacar debaixo da terra os enemigos que se escondem como ratas.
A contaminacion acumulada nestas massacres recentes, ás que nós assistimos como telespectadores concupiscentes, equivale várias veces á producida nos famosos bombardeos de Xapon. Os efeitos diabólicos disparan os casos de cancer, leucémias, nascimentos com deformacions aberrantes, e alteracions xenéticas sobre a povoacion indefensa.
A prohíbicion desta mortífera praga, apesar de haber sido estudada por unha subcomision da O. N. U., non logrou prosperar, truncada pola oposicion dos militares e políticos occidentais, passando a ser considerada unha arma convencional.
Esta é a verdadeira cara do terror, aquela que permanece escondida, e que os “idiotas-votantes”, aqueles que dan lexítimidade a estes reximes tirânicos xamais conseguiran ver. Mentras tanto, a dor das povoacions civis, que sofrem em propria carne esta brutalidade, se seguiran perguntando que mal fixeron eles para que estes barbaros lhes cairan encima.

Léria Cultural

A BELOTA NA ALIMENTACION HUMANA

Voltamos a bater na mesma pedra, pois sendo o carbalho algo que medra abundantementemente na nossa terra, poderia el com todos os seus frutos axudar á nossa libertacion.
Tudo o que sexa viver sem trabalhar, deve agudizar o nosso engenho, para liberarnos da economia, e da falta de tempo libre. A actividade recolectora, brindanos independencia, e fainos amigos do bosque que nos manten.
As veces pensamos que, por nossa propria conta, deveriamos investigar as posibilidades culinárias da belota, as maneias mais deliciosas de comela, as formas mais enxenhosas de preparala, de conservala, etc, etc… Facer farinhas, sopas, pan, doces, e mescolanzas várias com outros productos.

Léria Cultural

IMITEMOS A DON QUIXOTE

     
Arremetamos levados pelas fúrias do Bóreas, como vendavais contra os moinhos de vento, tumbemos de cangalhas aqueles que avasalhan a terra com a sua sombra xigante grotesca.
As enerxias renováveis do tipo “parques eólicos” ofenden a natureza com a sua mera presença, unha amplia mortandade das aves, a águia, a cegonha, o abútre, sem esquecer os morcegos amigos, que frenéticamente intentan deitar a baixo estes esperpentos.
E falso que com estudos de impacto âmbiental bem feitos, os danos poderian evitarse, calibrando o cerebelo dos investigadores, sabemos de sobra que de pouco valerian, os paxaros seguirian morrendo entre as áspas.
Mas non só sofren as aves, tamen as espécies de vertebrados cuxo habitat é devastado pola abertura de caminhos necesários para o movimento da maquinária, que nesesitan todos estes armatostes descomunais. Sofre sobre maneira a flora, a causa de rede de ramais, que como unha tea enlaza as torres entre sí, recorridos pelos serviços de manutencion, as zangas, as plataformas em que se erguem, tudo isto feito sobre cerros e colinas muito fráxeis bióticamente.
Para o futuro é de prever, que tudo isto vaia caindo nas mans das instituicions e dos tiburons do agronegocio. O vetusto punto de vista, sobre a conciliacion entre as clases, com o aparato estatal como instância mediadora e tutelar, se o estado é o remédio, este será o que marque os fins e os médios, e non a xente do comun, seran os funcionários e as autoridades quem decida.
A demencia chegou incluso a concebir enormes árbores metálicas, monstruosas, dotadas de células fotovoltaicas, a modo de folhas, que serian colocadas unhas ó lado das outras, imitando um bosque, algo tan medonho, que só de pensalo xa basta para assustarnos.

Léria Cultural

A ESCADA QUE VEM DO FRIO

Este insignificante episodio, demostrou o estado de desmantelamento das industrias locais, e da colonizacion económica e non só, em que caimos nos ultimos anos. A sangria de recursos, alcança hoxe límites insuspeitados, concentrando a riqueza toda nas mans de máfias extremadamente minoritárias.
Eu necesitaba unha escaleira mais alta do normal, para atar duas vinhas antigas que estan a consideravel altura, quando estava a atar as videiras, rompeu um dos vans da velha escada de madeira, xa podre polo decorrer dos anos, e fiquei milagrosamente pendurado nela. Tiven medo ó pensar que unha semana antes andaran as mulheres a trabalhar encima dela, por isso me decidin a comprar outra nova.
Encarguei a devandita, mas ela non aparecia mais, apesar de figurar no catálogo das empresas ferreteiras, ningunha a tinha, e tentavan vender um sucedaneo, mais do gosto terceiromundista, pois a desexada nem existia sequer no armacém do maiorista. Perante a minha tenacidade pertináz, non lhes quedou outro remédio que após várias semanas de teima, mandala vir da Alemanha.
E certamente pasmante, que unha simples e miserável escada non haxa na nossa pobre peninsula, e tenha que vir demencialmente do frio.

Léria Cultural

A INSCRIPCION NO SALTO DE ALTURA

Este é um daqueles muitos ridículos da minha vida, de que ainda conservo fresca memória, e que cada ves que o recordo non podo deixar de rir a perna solta.
Naquel momento de loucura desportiva, o que mais me atraiu foi a salto de altura, talvés fosse um desexo do subconsciente, para compensar desta vingativa maneira a minha pequena estatura.
Como o famoso revolucionário “Cienfuegos”, natural de Manáguas, capital Paráguas. Que cada ves que um bófias gritaba ¡¡ cuidado com el bajito !!, el non podia controlar a sua cólera furibunda, estalando em iracundo griterio ¡¡ BAJITO NO !!, ¡¡ BAJITO NO COJONES !!, ¡¡ DE ESTATURA MEDIA !!.
O home quedou realmente ofendido, pois pensou que eu lhe estaba tomando o pelo, enfim que me estaba rindo nas sua ventas, non votou fogo, mas gritoume colérico ¿¿ AH,SIM ??, ¿¿ E QUE ALTURA SALTA VOCE ??. Decididamente, era suxeito íncapaz de compreender a minha paixon polo salto de altura, e rotundamente se negou a qualquer entendimento civilizado.
Os Idealistas, sempre temos o defeito que, tardamos mais que os comuns dos mortais em aterrar, e darnos portanto conta das nossas barbaridades, e do ridículo que facemos ás veces.
¡¡ VIVA O IDEALISMO !!

Léria Cultural

OS BENEFICIOS DA LIBERDADE

Os efeitos benéficos e sanadores da liberdade nunca passaron desapercibidos, pois de sobra é sabido que á sombra doutro ninguem medra. Um comportamento naturalmente libre, vai harmonizando os temperamentos. Todas as courazas caractereoloxicas que aferrolhan os homes nas suas garras, van rompendo pouco a pouco, e volta a alegria e o pracer que tudo o curan.
E como que para confirmar esta teoria, temos o paradigmático caso da Paramesa, que após a cópula devora o macho, num alarde de bestialidade, tantas veces cacareado pelo gosto da propaganda estatal, pois a estes fulanos interesalhe sempre sacar o lado perverso da natureza, como se este xustificara a sua necessidade.
Mas o que esta xente ignora, é que a nossa Paramesa somente tem este comportamento quando se atopa privada da liberdade, e xamais na natureza em soltura.

Léria Cultural

AS MONXAS DO LIBERALISMO

Os voluntários, deben antes de embarcarse em obscuras aventuras de benefíciencia, pensar com seriedade qual é o negocio para o qual son chamados, pois correm o perigo de convertirse em monxas do Liberalismo político, ou sexa escravas do senhor. Aparte de por em perigo a sua propria vida, podem perxudicar tamen o sistema social, e o motus vivendi dos seus semelhantes, que muitas veces viven dos trabalhos que os voluntários pasan a facer gratuitamente.
Para organizacons e proxectos que non merecen essa colaboracion desinteressada, e útilizan a boa fé destas almas candidas, para fims muitas veces mantidos no mais absoluto segredo. Pensase ás veces que se está facendo o bem, e na verdade estamos colaborando com a infâmia, e perxudicando portanto a sociedade.
A autentica xustiza, aquela que importa verdadeiramente conservar muitissimo mais que a caridade, é muitas veces atacada de forma brutal e solapada pela beneficiencia, cuxo objectivo non é a liberacion da miséria, senon mais bem perpectuar o sistema de relacions que levan a essa penúria colectiva, maquilhando os rostros mais negros da nossa sociedade.

Léria Cultural