Esta varina branca com a saia cor do mar, é a nossa segunda nái. Despois da Terra é ela quem mais nos cala, entrou medrada de fascínio n’alma nossa, irmandada na fala e na cultura, mais filha de nosso cerne que ninguem.
Portugal leva nos nomes de arvores das suas xentes, toda a tradicion druídica, todas as Hamadríades protectoras, todo o bosque sagrado Céltico pervive transmutado em homens, que abandonaron as suas raíces.
Cantaron os seus poetas, e os seus trovadores, fados para a alma das xentes nossas. Palabras agarimosas, o rumor harmonioso dos seus falares profundos, percorreron longas distancias de nevoeiros ultramarinos.
A lírica Galaica, atenazou a sua alma de saudade, e a dotou dunha personalidade única. Estas xentes souberon conservar a paixon pelos verdes campos, polas frias aguas, e pela chamada brogadora do fundo mar.
Por imprescrutáveis caprichos da fortuna, que parece que brinca com todos nós, como se de folhas secas se tratara, o patron de Lisboa é Espanhol. Non se sabe porque enrrevessados caminhos d’agua, veio este cadaver acompanhado de dous corvos aqui parar, este San Vicente de fora veio rio abaixo morto para ser bandeira dunha cidade hostil. Talves tudo isto, non queira senon significar a estranxeiria destes credos cristans, vindos de lonxanos imperios Romanos.
Amar a benignidade do teu clima, os perfumados miradouros desta Babilonia atlantica, eterna primavera de manxericos. As “Alfacinhas” quentes, morenas, de siluetas fráxeis, e falas mansinhas.
Tantas lembranzas acomuladas desde a infancia remota, sonhos de nocturna luxúria, de vielas bairristas, e bohémias fadistas da nossa Lisboa. A cidade era regada todas as noites, por almeidas-lavandeiras de Caneças, que a purificaban para o ritual dos “Pregoes Matinais”, que xa nao nunca voltan mais. Ficaron perdidos, mudos nas trevas do tempo, unha teatralizacion xeneralizada da vida quotidiana, que teiman em non morrer nas nossas memorias.
Por um mar de pedrinhas brancas, baixamos por Alfama até o cais, que era daquela um mundo bulicioso e singular, os barcos veleiros das ribeiras do Lyssos, descargaban sobre as costas queimadas polo sol de um exército de estivadores descalzos e de calzas dobradas, todas as abundancias que inundaban a cidade pelo rio. As hortalizas cheirosas, das quintas que rodeaban a cidade. As especiarias orientais, vindas dos lonxanos paraísos de Ala, para embriagar de luxuria os nossos sentidos, alí naqueles templos se confabulaban.
Ir indo, per locca marítima, até o Terreiro do Pazo, onde Pessoa disfrutando da varafunda da multidon das naus, se preparaba para as suas aventuras ultramarinas. Ha que chegar num “casilheiro”, para que a cidade branca entre polos olhos adentro, como seres vindos de perdidas distancias, que a sua melhor estampa, apague a nossa sede de terra segura. Sentados em tabernas arcaicas, regentadas por Galegos, admirando com olhos de Poeta, tudo o que passa por entre camaroes cozidos e a benignidade do vinho branco. Das Tabernas do Socorro, ás quais o negro carbon, que se queimaba nos lares domésticos em gráceis fogareiros de barro, daba um aspecto ainda mais sórdido, conservo ainda grabado na minha memoria o fedor a mexo destas lúgubres moradas.
So estes cheiros, xa abrian os apetitos dos numerosos viandantes, propicios sempre ás tentacions da carne e do peixe, que daquela eran os reis da cidade, e non contaban com a infernal companhia dos automoveis. As casas de Comida, punhan ó dispor da povoacion um amplo abanico de manxares tradicionais, as “Iscas”, os “Passarinhos”, as “Bifanas”, os “Preguinhos”, os “Pasteis de Bacalhau”, a “Sopa de Cazon”, etc…
Os cafés coloniais, de exóticos aromas, vindos para quentar os desleixados animos da Bohémia politico-literaria, as cumplicidades de modernos amores, sítios onde se escrevian as cartas pra familia, lugar de comédias improvisadas, de talentos artistiticos insuspeitados, multitudinarios e baratos. Podian em qualquer momento surxir, conspiracions imprevistas, onde pessoas em fúria, se levantavan de repente e corrian a apedrexar o Banco de enfrente, talvés excitados pela rectórica flamíxera d’alghum literato rebelde.
As suas pastelarias Versailhescas, cheias de meninas doces, tenras, deslumbrantes. O romanticismo, e a louzania das suas miradas, a delicadeza xestual das suas figuras. Um “Dolce fare niente”, unha “Vie en Rose”, non ha nada comparável a viver de rendas, no meio desta lenceria fina. Este era o delicioso mundo dos “Pasteis de Nata”, dos “Bolinhos de Arros”, das “Bolas de Berlin”, do “Galao”, do “Vinho do Porto”, etc…, etc… ¡¡Viva a Marmelada!!, sempre a minha nai me alertaba, contra os perigos desta vida mol. ¡¡Toninho, non te relaxes!!, mas dentro da tension guerreira, um non podia deixar de apetecer este mundo pracenteiro, brando, acolhedor, e farturento, constactando lamentabelmente, que toda virtude, nunca queda impune, pois leva xá incorporada no seu cerne o castigo.
No tempo dos “Santos Populares”, que son as festas grandes da cidade, todos os sentidos despertan para o Beltain, medran nas “Marchas Populares”, unha febre de bacanais antigos, que fan ferver a nossa sangre de lascivia. Nelas o Maretas, escravo-estivador de unhs quarenta anos de idade, desflorou a Altina, unha lontra peixeira menor de idade.
¡¡ Xesus meu Deus, que grande desgraça !!
Como castigo por esta esplendida afrenta á moralidade, foron obrigados a casar. Pois eles bem sabem que a propriedade mata o disfrute, e em question de amores muitissimo mais. Bom, passemos a assuntos menos complicados da festa mundana, as sardinhas assadas á moda antiga, sobre o carbon oloroso, chorreando sobre o pan escuro a sua graxa. O Santo Antonio, casamenteiro das velhas, o San Xoan das fogueiras, e o San Pedro porteiro, pois é ele quem fecha as festas sempre. Despois de todas estas loucuras, xusto seria regar “Manxericos” ó luar, nas sofocantes noites do vrán.
A cidade velha é tan inmensa, tan cheia de graça arquitectonica, que a modernidade ficou perplexa, impotente e apoucada, perante os insuperáveis atrancos, que asfixian a sua vontade de destrucion. Penso que afortunadamente, a cidade será capaz de resistir unhs séculos mais, amparada na sua magnitude, e no colapso capitalista, producido pelas rendas antigas, que impedian qualquer especulacion que puidera por em perigo os tesouros da Urbe. Esta fortuita situacion, impedia qualquer obra, tanto por parte dos senhorios, como por parte dos inquilinos, tal áporia economica, fixo com que a bela Lisboa conservara toda a autenticidade, ha prédios inteiros, portas, xanelas, que ainda hoxe em dia visten as pinturas de cinquenta anos atrás, a romantica poeira dos tempos passados alí pousada. Perviveron os encantos intactos, em amplios lugares desta amada única, desta nái de tantas xentes rememoradas.
Lisboa sofreu abultada destrucion, por causas naturais, e por outras que non se saben abertamente, mas que sempre foron um enigma para mim, como se alguem quixera romper por unha parte da cidade arrasando tudo ó seu paso, um novo Marqués de Pombal conspirador-cabalistico. O terremoto devastou unha parte importante da cidade, mas tamen a man do homen se cebou na sua beleza, unha das feridas mais crueis, de que ainda hoxe non logrou recuperarse, foi na zona do Martin Monis, Mouraria, Praza da Figueira. É como se faltara algo, que nunca xamais poderá ser reposto.
¡¡ AI MOURARIA !!
Fotografias antigas poden dar unha ideia gráfica do que aquilo era, a rua da Mouraria, a velha rua da Palma, o arco do Marqués do Alegrete, a igrexa do Socorro, que foi demolida com diabólica celeridade, o teatro Apolo, mas sobre tudo a Praza da Figueira. A Morte desta Praza, foi um duro golpe, asestado por mans assessinas no corazon da cidade, ela era um mar de vida, unha riada de xentes laboriosas, que tinhan aqui o seu sustento, e inundavan tudo com a sua vitalidade de formigas. No seu lugar ficou um horrendo deserto de cemento armado, coroado pela estátua equestre de “Connan o Barbaro”, cousas da modernidade.
A pobre Mouraria, foi massacrada por várias xeracions de feras, cada década foi sumando despropósitos e mau gosto, chegando ó que os nossos olhos podem ver hoxe em dia, um cadáver carente de vida cidadana, marxinalizado, e que nunca ninguem foi capaz de ocultar. O médico sempre pode enterrar os seus erros, mas ós arquitectos resultalhes bem mais difícil esta labor.
Lisboa velha cidade, na tua contra se conxuraron, o tempo que tudo derruba, e o homen que nada respeita. Mas tu acordate, que o Lyssos que te deu o nome, é sempre novo.
(Ameaço, como Sebastian que sou, voltar unha manhan de nevoeiro acompanhado por Pedro Homen de Melo).
Léria Cultural