Arquivos diarios: 26/11/2011

Negocios do Dianho

Este esburacamento megalomano, talmente comparável ás minas d’ouro da Galaecia, custou innumeras vidas, dividiu países, e ainda hoxe em dia o lugar permanece ocupado “manus-militaris”.
Febres, calor, mosquitos, condicions laborais de campo de concentracion, os trabalhadores caian como moscas, o qual levou estes linces a pensar emia contratar xentes de grande resistencia fisica, e acostumados a xornadas duras e prolongadas, entre eles preferian a campesinos Galegos, preparados para bourear.
A companhia “Bananera” pagaba só de seis em seis meses, para evitar que as pessoas escaparan, recevian a sua soldada xunta, correndo o risco de ser roubados por capangas a mando da propria empresa, o que os impedia voltar á sua terra, tendo que continuar trabalhando naquel inferno outra ves mais. Muitos xamais puideron retornar, prendidos naquel engrenaxe do capitalismo mais demente.
Non fai muitos anos, vi num programa da Tv Galega, unha entrevista á filha dum destes homes que nunca tiveron medios para voltar, acabando por quedar por alá, contando que lhe cantaba cantigas nunha fala estranha.
Bastantes labradores da nossa terra, tiveron aquí o seu calvário, nestes negocios do dianho.

Eira Comunal

O Melhor Remedio para as Toupeiras

  As toupeiras, este animalinho inquieto, subterraneo, subversivo. Capaz de arrasar, furar, e fundir na miséria mais absoluta qualquer bancal cuidadosamente trabalhado. Imitadas no seu sistema de guerrilha por vários exercitos pobres, sobre tudo no extremo oriente, quando a superioridade do enemigo era aplastante.
O meu bancal Chinés, que tanto trabalhinho me dera, foi no terceiro ano tomado de asalto por unha partida de toupeiras Liberais-Esparteranas, que fixeron inútil toda resistencia, perante a pertinácia desamortizadora das condenadas.
Reunido eu na minha facenda com o Coronel Carlos Duran, e após príncipesco banquete, este me desvelou o seu punto fraco, o calcanhar de Aquiles insuspeitado era de tipo gastronomico. Polo estómago habia que atacar a estas péstinhas, convidalas a um repasto, e servirlhes unhs quantos berberechos, que préviamente estiveran vários dias a colher substancia.
Bocado que lhes resulta irresístibel, e ao mesmo tempo fatal.

Eira Comunal

O Sertao

O SERTAO

Nos meus tempos xuvenis, vi um filme brasileiro, que me fixo pensar largamente, tratabase dum labrador que viera escapando duma das secas periódicas, que costuman calcinar as terras do nordeste brasileiro.
Abandonara a terra para perderse na barafunda das cidades, ali onde o diabo anda á solta na rua, no rodopio infernal das máquinas
Todos os dias ó vir do trabalho, caminho da sua casa, se paraba diante da montra dunha carniceria, sonhando insimismado com aquela posta de carne,dunha beleza insúperabel, que mexia com toda a sua fibra.
Certo dia de retorno a casa, inesperadamente, reventou unha explendida revolta na rua, e como por milagre  o cristal que vedaba aquelas fermosas viandas, estalou em mil pedaços, mesmo diante das garras do nosso amigo, que as cravou inmediatamente no naco, liscando como um foguete. ¡¡PORCA MISERIA!!
Mas o que me calou mais fundo, foi que este home faminto, non reservou a preciada presa só para sí, senon que fixo unha festa e convidou todos os vecinhos mais proximos, non pensou nel somente, senon que quixo compartir a sua alegria com todos os seus semelhantes.

Eira Comunal

O Xardin Zooloxico

Este era unha relíquia dos tempos antigos, quando Portugal era um país rico e obstentoso, antes de cair nas mans do imperialismo occidental. Tesouro ó bom gosto Portugues, perfeitamente criado com esmero, com mimo, um luxo importante, cheio de ternura e beleza.
Un elefante prodixioso, merecedor da medalha ó mérito no trabalho, incansavelmente tocaba a sineta de sol a sol, para a troco dunha moeda comer um molho de cenouras, mantendose desta maneira a el e a dous ou tres homes mais.
O chimpanzé espectáculo, tinha sempre diante del um monton de idiotas, parentes lonxanos seus, que se rian coma parvos, incapaces de comprender a traxédia em que se debatia o soberbo animal. Fuxian espavoridos, quando este em fúria demente os bombardeaba com os seus proprios excrementos.
A estufa das cobras venenosas, lugar sagrado e único, em que elas dormitaban, como se pobres ancians num doloroso asilo estiveran, esperando a dura morte, apartados de todos os seres mais queridos.
Pasados muitos anos voltei a visitalo, xa em época neo-liberal, e chocoume o abandono em que tudo se encontrava, cheiravase claramente que quem mandaba ali agora era o dinheiro, confirmando a famosa teoria de Cornwal, quem  afirmaba categoricamente que, quando a economia marcha bem, tudo o demais marcha mal.
Avestruces amontoadas pavorosamente em raquítico recinto, augurando que acabarian possivelmente os seus tristes dias na mesa dalgum restaurante da cidade.

Eira Comunal