Arquivos diarios: 20/11/2011

A casa do Sarmento

Nos eramos todos novos, e fomos para falar de politica com el que xa era um velho daquela. Entramos polo portal pequeno, no que figuraba um cartel que punha “ADVOGADO”, pasamos por debaixo da vinha alta que desembocaba nunha casa grande de pedra, onde um enorme silvaredo ameaçaba  engulila.
O Senhor Sarmento, encontravase atendendo a um cliente, polo que nos meteu num comedor enorme, onde habia unha mesa repleta de valiosas antiguidades. Aquel home, que apenas nos conhecia, deixounos alí sos diante daqueles tesouros, ou confiava cegamente em nós, ou as riquezas para el tinhan pouca importancia.
A nossa amizade comezara no momento em que, encontrandose el em pleno exercicio rectórico, nunha reunion nas Neves sobre o “Plan do Condado”, um dos politicos matreiros, intentou silencialo com o “Portanto non debemos permitir que fale mais”, nos revoltados gritamos, ¡¡ Deixe falar o home !!, graças ó qual el puido continuar com o seu discurso didáctico-tecnico.
Quando findou o asunto que o ocupaba, mandou chamarnos para a cocinha, feita com laxedo por todo o chan, a criada pasaba a roupa a ferro, e el atopavase metido dentro da lareira de pedra, sentado nunha cadeira de balouço, á sua dereita unha enorme xema de cristal de quartzo empotrada na parede, reflectava o lume que ardia, na man um libro aberto.
Do que falamos, non recordo nada em especial, mas estas imaxens do bom viver, ficou grabada na minha memoria para sempre.

Eira Comunal

En defensa da Seguridade Social

Habia um anúncio institucional na television Portuguesa, que ilustrava magistralmente este primoroso sistema economico, que muitos pensan ser estatal e feitos por politicos, cousa abertamente falsa, pois tratase dunha Mutualidade de trabalhadores, com um fim social de axuda mutua, e perfeita de Xustiza.
“Antonio axudou a Maria na sua grave doença, a pagar os caros tratamentos e os hospitais, polos que pasou durante estes dificeis momentos da sua vida.”
“Manuel financiou a longa carreira de Pedro, e merce á sua colaboracion tivo os recursos necessários para poder terminar os seus estudos folgadamente.”
“Lianor contríbuiu com a sua parte, para que Xosé poida ter durante a velhice um retiro digno, que lhe permita unha existencia confortável nos últimos dias da sua vida.”
Terminando desta forma soberba:
“E o mais grande de tudo isto, é, que nem sequer se conhecen unhs ós outros”

Eira Comunal

O Capitán Clemente Gil

Trabalhaba no goberno militar da Corunha, no tempo em que eu fun persoalmente militarizado. Este Ourensan, baixo o qual desempenhei funcions demasiado insignificantes para ser aqui narradas, fora Cura, de cuxa profision contaba amorios sem fim. Posteriormente dexenerara em Guardia Civil, narrando tamen tráxicas historias da guerra civil, por último acabou como militar alcançando o grau de Capitan.
Quando resolveu abandonar o exercito, continuando com o seu acostumado rosário de desercions, buscou um aliado que fora rebelde anticastrista coma min, as minhas camisetas molhadas enxugando dentro do seu armario, testemunhaban a minha valía.
Chegara o momento sonhado durante toda unha vida de artimanhas, voltar á sua aldeia remota, para o qual úrdiu um plano diabólicamente levado á práctica, logrando após inúmeras peripécias teatrais o fim desexado, a baixa definitiva por enfermidade.
Eu fun o seu salvador, epopeia que me fixo repetir um sem fim de veces diante de Coroneis e Generais, quem podia non acreditar nas palabras dum bó rapaz. Longas representacions dramaticas, das quais sentia verdadeira vergonha alheia, as palabras saíanme da boca pastosas como farrapos, pobre que nem sequer sabe falar pensarian as incautas victimas.
Mas o Capitan Clemente, insistia em que relatara todos os detalhes da minha heroicidade sem omitir um ápice, polo que toda a xefatura ameazaba sériamente condecorarme, por haber resuscitado dunha morte segura tan esforzado servidor da pátria.
Vai na memoria deste home, que sempre tivo a sua aldeia como bem supremo.

Eira Comunal