O PAZO DA FONTE
o pazo da fonte
Pode-se dizer sem esaxerar muito, que o Pazo é o corazón central de Guillade, e possibelmente o seu lugar mais antigo. Nas suas muralhas aparecen ás veces materiais prehistóricos, que ván da idade da pedra até unha lanza de ferro de ponta roma. Segundo afirma Antonio Argibay Bouzó, os velhos decían que por diante da casa pasava a Via Altéria, caminho da Franqueira. Disfruta este lugar dunha situaçón previlexiada, pois a vista abarca tudo á redonda. Antes, quando habia fogo subia-se rapidamente ó alto para saber onde era. O seu nome está associado ó dunha Fonte, tamém ela situada ó lado da via em lugar recôndito. É um desses sítios amáveis para a vida prazenteira.
Eira Comunal
oooooooooooooooooooooooooooooo
PETO DAS ALMAS
Alma minha gentil, que te partiste
tao cedo desta vida descontente,
repousa la no Ceu eternamente,
e viva eu ca na terra sempre triste.
Se la no assento etereo, onde subiste,
memoria desta vida se consente,
nao te esqueças daquele amor ardente
que ja nos olhos meus tao puro viste.
E se vires que pode merecer-te
algua cousa a dor que me ficou
da magoa, sem remedio, de perder-te,
roga a Deus, que teus anos encurtou,
que tao cedo de ca me leve a ver-te,
quao cedo de meus olhos te levou.
LUIS DE CAMOES
oooooooooooooooooooooooooooooo
CLEMêNCIA HERUNDINA
Persisten no pouso da memória, as lembranzas que o tempo non logrou apagar, dos que repousan naquel Valalá. E que xá somente disfrutan em eternos banquetes e festíns heróicos, na companhia de Herundinos, sem importar-lhes xamais a morte e as misérias deste mundo.
A Irmandade Circular
oooooooooooooooooooooooooooooo
EIDO DA LAXE
E possíbel que esta fora a casa velha da Laxe.
A Casa da Laxe, unha obra soberba em pedra
oooooooooooooooooooooooooooooo
A Eira da Laxe, neste lugar aconteceu a última “Camisada” de que conservo memória.
AS CAMISADAS
Um rito de fertilidade anterga logrou perviver até ós nossos dias, dissimulado entre as tradiçóns agrícolas do nosso velho e amado mundo rural, aquel que á custa de grandes e gratificantes esforzos, nos permitia ser independêntes e autosuficiêntes dunha maneira quase total. As Camisadas, integradas no meio do trabalho das colheitas, desataban unha líbido colectiva que atinxía a todos, pequenos e velhos irmandados no prazer. Eran dunha liberalidade desacostumada, na que participaban inclúso as mulheres casadas. Os corpos abrazados rebolando sobre a palha do cereal desfolhado, repetia-se sempre que aparecia unha espiga de vivas cores, o afortunado ou afortunada, rebolaba-se com quem lhe daba a gana, fosse quem fosse, para cumprir um gratificante ritual de irmandade, que transmutaba a negra laboura nunha bendiçón.
Eira Comunal
Eira da Laxe
oooooooooooooooooooooooooooooo
O SENHOR CEFERINO MENDIGO GALANTE CASTELHANO PARLANTE
Repetia a sua ladainha em todas as casas: “Una patatita, una cebollita, una choricita, etc…, etc…” ¡¡ Pides demasiadas cousas Ceferino !! ¡¡ Hecheme usted la casa por la ventana señorita!! Vestía unhas calzas á Tin-Tin, possívelmente fora militar antigo, presentia-se de xente educada, que non se sabe por que caminhos da fortuna, viera cair na mendicidade.
A Irmandade Circular
O Coberto
oooooooooooooooooooooooooooooo
A SOPA DE CAZON
Prato tradicional das tabernas, das tascas, casas de pasto, petiscos, e comes e bébes. Feita dum tubarón, pequeno em tamanho, mas enorme em sabor. Marinhado em vinágre, e aromatizado com coêntros, com unhas fatías de pán escuro para molhar no caldo. Tem um dos sabores mais particulares de toda a ribeira Atlântica.
O Tromentelo
O orgulho da casa
Bomba de manivéla
oooooooooooooooooooooooooooooo
EIDO DA GORELHA
O Eido da Gorelha conserva-se magnificamênte intácto, graças ó abandono.
oooooooooooooooooooooooooooooo
O GORELHO VELHO
O Manuel da Gorelha, tinha unhas carretas fabricadas por el mesmo, e unha basta colecçón de logóns xá gastados pelo uso. A todas estas inutilidades, xuntaba tamém, os vícios de fumar e fungar. A noite de San Xoán, era o seu inferno neste mundo, a xuventude vingáva-se nel, roubaban-lhe os carros, e os logóns, unha autêntica desgrácia. Quando lhe perguntában:
¿¿ QUE ESTAS A FACER MANUEL ??
¡¡ ESTOU A OUSERVAR !!
A Irmandade Circular
O poste da Meda.
oooooooooooooooooooooooooooooo
O HETERODOXO LABRADOR
O meu amigo Xosé Manuel Davide Xiráldez, falou-me dum home da nossa aldeia, a quém a maldade popular puxo baixo sospeita, quando detectáron as más línguas, que os postes das suas vinhas lucían demasiado ó sulfato. A xente comúm, têm duas habilidades híper desarrolhadas, que són: em primeiro lugar um sexto sentido para saber quêm manda, e em segundo um talênto especial para olfactear a heterodóxia. Este agricultor, intentando atisbar no segredo íntimo das cousas, desconfiába que quando o vían com a máquina de sulfatar ás costas, os bechos se escondían nos postes, para despois retornar ó lugar do críme, com fame redobrada. Xá a minha nái me avisaba, que non lera o libro de San Cipriáno, pois aquel que o lía quedaba irremediabelmênte mal da cabeza. Este pobre labrador, aínda que nunca lera tal libro, sabía da sua existência, o qual bastou para perde-lo tamém no remoinho desta loucura divina. O Ferreiro de San Pedro, que era o depositário tradicional deste tesouro maldito dos feiticeiros, e que por conseguinte tamém sofría em próprias carnes o castígo dos Poetas, había divulgado certas profecías apocalípticas, que o nosso amigo interpretaba com signos actuais. No funésto dia em que colocaron unha antena no alto do coto do Sandomédio, aí saltaron todas as alarmas:
¡¡ QUANDO PONHAM UNHA BANDEIRA NO ALTO DO SANDOMÉDIO, SERÁ O FÍM DO MUNDO !!
¡¡ O PAU XA LA ESTÁ, AGORA SO FALTA A BANDEIRA !!
A Irmandade Circular
OOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO
Este Carbalho teve a fortuna de nascer em terra de ninguém, á beira do rego da Água de Uma e da de Barreiros.
Maneira tradicional de cultivar as Fabas.
As Cebolas, tal e como facía a minha Nái.
As Ervilhas precisan dos Arxóns, para o seu sustento.
Isto non son Berzas, son Couves e talvez Repolos
Isto son Patacas, dignas de ser moeda oficial de qualquer país.
oooooooooooooooooooooooooooooo
O SIMPLES TOMATE
Había unha costûme na nossa Lisboa da minha infância, que pervíve no fío da memória através dos anos sem conta. Quando arribava a temporada do tomate, os primeiros em chegar ás nossas máns, erán abertos em cruz e introducido sal gordo nas ranhuras, para devorar desta forma primitíva, sabores doutro continênte.
O Tromentelo
oooooooooooooooooooooooooooooo
EIDO DA COXA
Portais do Eido da Coxa
ooooooooooooooooooooooooooooooooo
inés
No mar tanta tormenta e tanto dano,
Tantas vezes a morte apercibida;
Na terra tanta guerra, tanto engano,
Tanta necessidade aborrecida!
Onde pode acolher-se um fraco humano,
Onde terá segura a curta vida,
Que nao se arme e indigne o Céu sereno
Contra um bicho da terra tao pequeno?
Tu, só tu, puro Amor, com força crua,
Que os coraçoes humanos tanto obriga,
Deste causa à molesta morte sua,
Como se fora pérfida inimiga.
Se dizem, fero Amor, que a sede tua
Nem co lágrimas tristes se mitiga,
É porque queres, áspero e tirano,
Tuas aras banhar em sangre humano.
Estavas, linda Inés, posta em sossego
De teus anos colhendo doce fruto,
Naquele engano da alma, ledo e cego,
Que a Fortuna nao deixa durar muito,
Nos saudosos campos do Mondego,
De teus fermosos olhos nunca enxuto,
Aos montes ensinando e às ervinhas
O nome que no peito escrito tinhas.
Aconteceu da mísera e mesquinha
Que depois de morta foi Rainha.
luis de camoes
ooooooooooooooooooooooooooooooooo
Portal da Gorelha, con a casa da Coxa ó fundo.
Eido da Coxa, visto desde a Costa.
oooooooooooooooooooooooooooooo
EIDO DO BRASILEIRO D’ARRIBA
A Casa do Brasileiro D´Arriba
O Canastro.
oooooooooooooooooooooooooooooo
EIDO DO BRASILEIRO D’ABAIXO
O Caminho de carro principal, que vai a Uma e á Franqueira.
A Casa do Brasileiro D’Abaixo
A pia do porco.
Unha verdadeira xóia
oooooooooooooooooooooooooooooo
EIDO DO PORTELO
Este Portêlo de pedra ó lado do caminho, foi o que deu nome a um lugar e a unhas xentes.
oooooooooooooooooooooooooooooo
XOSÉ DO PORTÊLO
Xosé do Portêlo, home pertináz, seguía ao abade polo ádro co obxectivo de que este lhe marcara o lugar para construir um panteón. O abade resistía-se, vociferando: ¡¡ SACATEME DO SAGRÁRIO COMUNISTA !!
¡ SE COMO, COMO DO QUE É MEU, SENHOR ABADE !!
¡¡ SACATEME DO SAGRÁRIO, COMUNISTA !!
¡¡ SE COMO, COMO DO QUE É MEU, SENHOR ABADE !!
Até que, o pobre do abade tivo que dar-se por rendido, ao comprobar que Xosé do Portêlo, albergaba na sua mente unha lixeira confusón ideolóxica.
A Irmandade circular
oooooooooooooooooooooooooooooo
A Casa do Portelo
Esta columna do final da escada de pedra, puido pertencer a alguma construçón arcáica, talvéz um canástro.
Por este carreiro, passaba o rego da Água D’Uma e da de Barreiros.
Aquí neste sítio estaba o portêlo de pedra, que vedava o paso ós animais e ós carros.
Esta é a eira do Portêlo, aquí a Lua cheia de Agosto alcanzaba um aspecto de proximidade deslumbrante.
O Canal do Cabo
A Canexa do Portêlo.
oooooooooooooooooooooooooooooo
A COSTA
A Costa é um sítio ideal para o cultivo da vinha, das hortas e dos frutais.
oooooooooooooooooooooooooooooo
A PRESA DO PORTO DO RIO
Porto do Río, signifíca, lugar onde se passa o río.
oooooooooooooooooooooooooooooo
EIDO DA PACHUGA
O Portal da Pachuga ó centro.
oooooooooooooooooooooooooooooo
XOSÉ DA PACHUGA
O senhor Xosé da Pachuga, quando espirraba, podía-se ouvir a grande distância: ¡¡AAAAAAACHIM!! Descargaba, com todo o prazer dum tomador de rapé. Tamém repetía com frequência, no tempo das colheitas abundantes: ¡¡A UNHAS, NON LHE CABE, E OUTROS, NON TENHEM ONDE METELA!!.
Apesar do saqueo constânte a que se vía submetido pola nossa parte (os limóns desaparecían, as cabras eran munxidas furtivamênte de noite, para facer papas com trozos de pán molhado nesse leite espumoso e doce, e así matar a fame. As nossas galinhas, saían de madrugada xá com destino ó seu território, e nón voltaban até ó anoitecer, para meter-se no galinheiro. Había que andar a buscar os ovos polo meio dos codesos, e de vez em quando, aparecía algunha galinha com pitos, como se viera de terras remotas. Apesar de tudo isto, o Senhor Xosé, sempre mantivo com nós um trato de alégre cordialidade.
A Irmandade Circular
OOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO
A Casa da Pachuga.
Frontal da casa
Interior da casa
A cozinha con o forno ó fundo
Côrte con a Barra porriba.
OOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO
A POSTA DE CARNE
Um famoso gastrónomo Português, chamado José Bento dos Santos, num programa televisivo sobre os bifes, afirmaba que o melhor que comera na sua vida, fora na India. Neste país, onde non se maltratan as vacas, importaban as melhores carnes de todo o mundo. Certa vez, tivo que fazer unha viaxe de trabalho para um banquete, despois dum esgotador translado de avión, chegaron cansados e famintos, despois de tantas horas de voo. O encargado de recebe-los, víu que o céu se lhe abría, com a única oportunidade de comer um bom pedazo daquelas carnes prohíbidas, tan longo tempo desexadas, polo que, nem sequer lhes preguntou o que querían comer. Foi-se ás peças de carne, e preparou unhas postas para todos.
O Tromentelo
oooooooooooooooooooooooooooooo
A Corte do Gando.
Pedra de Sulfato de Cobre, que pode ser daquél tempo.
Balde de zinc característico da época.
Fungo azulado sobre a casca dunha nogueira.
Redoma, Amâlgamas, Prato e Coitelo. (Recolhidos da cozinha da Pachuga)
oooooooooooooooooooooooooooooo
os espigueiros
Os canástros ou hórreos, eram edificaçóns muito abundantes na antiga civilizaçón agrária do nosso país. Aínda que, muitos deles desapareceron, e outros acabaron por apodrecer nas eiras, debido ás transformaçóns civilizacionais operadas a partir do franquismo. Habia, na nossa zona, canastros famosos e até algúns dignos de admiraçón, tais como o do Mon em Salvaterra, o do eido do Brasileiro de baixo, o da Laxe, o do Torres, ou o do Xosé do Cabo, que resultavam expectaculáres. Mas, bonitas de verdade, eram as eiras de canastros, que era unha maneira Comunal de vixía, desalentador para toda classe de ladróns, mas que contra assassínos fracassou totalmente. Non puideron evitar, que os cabalos françêses, durante os oito messes que estiveron em Pontareas, meteram a cabeza dentro, para comer as espigas (seguro, que a culpa foi dos cabalos, pois unha xente tán civilizada como os françêses, eu nego-me rotundamente a acreditar, que foram capazes de unha cousa semelhante). A única eira de canástros que eu conhecín em Guillade, estava no Pazo da Fonte, na cabeçeira do eido da Pachuga, e eram todos de madeira de castanheiro. A eira, era comúm a todas as casas circundantes, e resultava espectacular á vista, alí no alto, no meio do povoado, formando ademais de um sistema de defesa sumamente eficáz, um fermoso lugar de fésta e convívio, baixo a farturenta sombra destes xigantes bemfeitores.
léria cultural
.
oooooooooooooooooooooooooooooo
EIDO DA LAURA
Marco do Portal da Casa da Laura.
oooooooooooooooooooooooooooooo
o TIO RAMIRO “INVEROSsíMIL EMBAUCADOR”
Sendo xá velho, e nón tendo posses para pagar a viaxém de retorno de Lisboa, tan bem lhe falou desta terra a um casal de Portuguêses amigos seus, que estes venderon tudo o que tinhan e vinheron con el para este paraíso. Quando chegaron aquí, ficaron petrificados, lamentabelmente para eles, nón tinhan alma poética. Entón con medo de ser roubados, esconderon o dinheiro na mó do canástro, mas todo o mundo se percatou pois non arredaban pé do lugar. E o Tío Ramiro, seguía repetindo, mostrando a magnífica panorâmica ó redor, ¡¡ TUDO ISTO QUE USTEDES MIRAN, É MEU !!, mas ninguém quería acreditar. Maria do Pazo, lamentaba-se com vergonha, pois era seu parente ¿PERO USTEDES, COMO LHE FIXERON CASO A ESTE HOME ? Sentado no muro do ádro, de costas voltadas para a taberna do Torres, o Tio Ramiro virába-se e, repentinamente perguntaba a todo aquel que se atrevía a passar por alí: ¿¿CHAMACHES POR MIN ??
¡¡ SÍ RAMIRO, SÍ, VEM TOMAR UNHA CUNCA HOME !!
Dada a sua magnífica versatilidade, enveredou pelo sacristanísmo professional, e durânte um casamento, por lamentáveis acásos do infortúnio, as aliânzas amarelinhas douro roláron polo chán ¡¡O QUE CAI NO CHÁN, É DO SACRISTÁN !! O Tio Ramiríssimo, fôra de sí, nón quería entrar em razóns, xesticulába e argumentaba vehementemênte, apoiado por tán anterga lei. Um saúdo para tí Ramiro, pois estamos seguros que encontrarás maneira de ouvirnos.
A Irmandade Circular
oooooooooooooooooooooooooooooo
Entrada á Canexa velha.
oooooooooooooooooooooooooooooo
AS SOPAS DE CABALO CANSADO
Droga reconstituínte, subministrada inclúso ós nenos, porque, segundo parece lhes dava forza, sobre tudo no coco, que era onde mais falta lhe facía. Sem mais comentários adversos, estas sopas sempre me horrorizaron, pois tinhan a virtude da gaseosa, estragar o vinho. ¡¡ AIRE NÓN VAI !! ¡¡ VENTO NÓN PUXA !! ¡¡ SOPAS DE VINHO, NÓN EMBORRACHAN !! ¿¿ O QUE É ISTO, QUE ME ATRAMPUXA ??
Léria Cultural
OOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO
EIDO DO PAZO
Portal de entrada ó Eido do Pazo
OOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO
O AVÔ DO PAZO
Era Isáura Sebastián quem contaba que o avô velho, fora a Vigo a cabalo fai muito tempo, para tratar duns assuntos particulares. Levava poláinas e um chapêu de couro, e ó entrar no centro da cidade, atopou-se surpreso, com unha multidón de pequenos do coléxio que o seguían gritando. ¡¡ DON QUIXOTE !! ¡¡ DON QUIXOTE !!
A Irmandade Circular
oooooooooooooooooooooooooooooo
Isáura Sebastián Candeira
O Canástro, debaixo del estaba acorrentado um cán chamado “Ligero”.
oooooooooooooooooooooooooooooo
MARIA ROSA DA PERRA-CHICA MULHER BOA E HOSPITALÁRIA
Em torno da sua lareira, reunian-se nas negras noites do inverno todos os vecinhos, nunha comunhón tribal. E muitos, mataban a fame, cunha cunca de caldo quênte. Saíamos todos em procesón, ás tantas da noite, semelhando a estântiga, guiados por Maria do Pazo que portaba como um estandarte unha fachuqueira de colmo, que faiscaba na noite escura com a voracidade dum sol efímero.
A Irmandade Circular
oooooooooooooooooooooooooooooo
Vista desde a Eira do Pazo.
oooooooooooooooooooooooooooooo
AI VEM DON BALSAMINO CUM CENTO DE CARALHETAS
Era o único home carrexón, profisón que herdou da sua difunta nai. á que vinha arrecadar até ó “Penedo Redondo”, desde pequeno levando esta pesada carga ás costas. Home pequeno, mas de carácter irrascíbel. Maria do Pazo, sempre lhe compraba, pois consideraba que todos temos que vivir. A sua chegada representaba unha alegría, e as caralhetas eran assadas na grelha e comidas alí mesmo na Eira do Pazo, ó atardecer.
A Irmandade Circular
oooooooooooooooooooooooooooooo
oooooooooooooooooooooooooooooo
TEATRO ó AIRE LIBRE
Sentadas em fileira debaixo da cerdeira, na panorâmica eira do Pazo, cada unha na sua cadeira, as mulheres asistían a monumental zaragata. Unha velha titânica de Mourigade, empapada em poción máxica, esganhitába-se insultando o lugar d’enfrênte, sobre tudo o pessoal femenino. ¡¡ VACAS !! ¡¡ SODES TODAS UNHAS VACAS !! De vez em quando, algunha provocava a velha, tornando a incendiar os seus ânimos oratórios. Recordo que, um dos argumentos ampliamênte esgrimidos pola maxistral discursante, era: ¡¡ PORCAS, QUE CAGADES DENTRO DA CASA !! Esta inesperada acusaçón chocou-me, pois a anciana senhora, aínda non tinha assimilado bem a modernidade dos quartos de banho, para ela, fazer as necessidades portas a dentro, seguía representando unha verdadeira indecência.
A Irmandade Circular
oooooooooooooooooooooooooooooo
A SOPA DE GORÁS
Esta sopa, comia-se muito na minha infância, e era unha das favoritas para os dias de fésta na nossa casa, como primeiro prato. Consistía na água de cocçón do besugo, con pán esfarrapado, non demasiado pán, e um pouco de peixe tamém farpado. Xunto com a de caramúxo, era das mais apreciadas e frequentes nos banquêtes sinaládos.
O Tromentelo
oooooooooooooooooooooooooooooo
Portal traseiro do Eido do Pazo
oooooooooooooooooooooooooooooo
O BEBEDOR DE CORES
Este canto, vai na honra de Luis Sebastián, o último dos românticos, companheiro de xuventude, home sensíbel e sempre venerábel. Perpectuamente embarcado em amoríos de alto calado, com unha constância e um tesón dignos de admiraçón. Dando farta razón a Rafaél, quem en alta vóz xuraba que, o que non sabe o que son amores, non sabe o que é martírio. Os seus ardentes e atormentados sentimentos, por aparentemente inxénuas e virxinais doncelas, estremecían a alma e o corpo deste místico barón. Claro que as idílicas e pastorís amadas, acababan sempre defraudando um poucoquinho, o seu alto idealísmo espiritual, confundíndo-o nunha orxía de paixóns encontradas, esmagadas, no meio desta crássa vulgaridade.
Tivo unha época tardía, em que lhe deu por beber cores, no meio dunha barafunda de garrafas d’água, em que o sol xogaba caprichoso com todas as tonalidades. Luis Sebastián deitado, gozaba, saboreando dentro do seu xeneroso peito, toda esta policromía infínda, vislumbrando todas as aves dum paraíso sonhado e sublíme. Non todos os dias, se encontra no nosso duro caminho, um poeta da Arcádia felís.
A Irmandade Circular
oooooooooooooooooooooooooooooo
FELíS SEBASTIáN
Desde novo mostrou ser um home de carácter xeneroso, saíu a sua nái Maria Rosa da Perra-Chica. Despois de vir da emigraçón, abrazou os montes Comunais baixo a sua asa protectora, e os defendeu dos depredadores durante décadas. O seu peito albergaba unha rectitúde lúcida, ergueito como um canástro, com coitelo e caétra na mán, lutaba por um sol farturento que quentára o corazón antêrgo deste velho país. Aquí, rendemos o último homenaxém á tua memória, e que todas as aves do paraíso, voen na tua roda.
A Irmandade Circular
oooooooooooooooooooooooooooooo
PAZO DA FONTE
Segundo figura nas escrituras, este é o Pazo da Fonte situado no Bairro do mesmo nome.
oooooooooooooooooooooooooooooo
XICO SEBASTIáN
.
O primeiro dia que chegou a Lisboa, na sua tenra adolescência, foi destinádo á taberna propriedade da família. Todo o día frequentada por numerosa clientêla, montóns de xente que entrában e saían sem parar. Quando no final do dia, forón barrer o chán, Francisco viu tudo coberto de cagáteas d’ovelha. Non se sabe ó certo que pensamentos puderón passar pola sua cabeza sobre os Portuguêses. So mais tarde, veio a saber que eran carozos de azeitonas, que os cliêntes comían a modo de aperitivo.
A Irmandade Circular
oooooooooooooooooooooooooooooo
oooooooooooooooooooooooooooooo
MARIA DO PAZO, SENHORA DE BRAZO E COITELO

Disse dela, que um dia agarrou polo ganhote um home que estaba a bater na mulher, e sacou-no para fora da casa, e o home referido, non era precisamente um cordeirinho. Tamém esperaba os pequenos que vinhan para a escola no caminho, com o mandíl cheo de côdeas de pán. Era dona dunha importânte cultura de refráns populares, que aplicaba com contundênte eficácia. Mulher heróica, três dias antes de morrer, rachou unha cerdeira para lenha.
A Irmandade Circular
Corazón de pedra, encontrado no caminho perto do portal.
oooooooooooooooooooooooooooooo
HOME QUE VEIS DE LONXANAS DESVENTURAS
(O HOME DE MARIA DO PAZO)
Era da família da Laxe, cunha forte tendência para o verde. Extremadamente mulhereiro, tivo variádas aventuras em Lisboa, que lhe custaron bem caras. D’um problema que tivo em Setúbal com um oficial da marinha, que o surpreendeu na cama com a mulher, e ao qual tivo que partir um brazo para poder escapar, perdeu com este desafortunado abatar unha magnífica casa de negócio chamada “Bento & Cunhado”, situada no centro da cidade, cuxo letreiro aínda vimos eu e a minha nái, non fái muitos anos. Mas a verdadeira traxédia da sua vida, surxíu no momento em que lhe fixo um filho á irmán da mulher. Desatou unha guerra fraticída, que acabaría c’um intento de suicídio, o qual por sua vez, remataría nunha loucura de sete anos de duraçón, que a morte veio finalmente liberar.
A Irmandade Circular
Erros meus, má fortuna, amor ardente
em minha perdiçao se cunjuraram;
os erros e a fortuna sobejaram,
que para mim bastava o amor somente.
Tudo passei; mas tenho tao presente
a grande dor das cousas que passaram
que as magoadas iras me ensinaram
a nao querer já nunca ser contente.
Errei todo o discurso de meus anos;
dei causa que a Fortuna castigasse
as minhas mal fundadas esperanças.
De amor nao vi senao breves enganos.
Oh! quem tanto pudesse que fartasse
este meu duro génio de vinganças!
(Luis de Camoes)
oooooooooooooooooooooooooooooo
PERFEUTA SEBASTIáN
Que por capricho do destino, recibiu o nome da sua madrinha Perfeuta do Cabo, foi conhecida tamém como a marquêsa, pois era mulher que lhe gostaba o mando. Tivo vários negócios em Lisboa, nos quais foi caminhando de fracaso em fracaso, mas sempre conseguiu viver dentro dunha relativa abundância. Mulher farturenta, alí onde estaba ela, nadaba a fortuna. Criou vários indixentes na sua casa de Xabrégas, entre eles unha menina, filha de pais borrachos, que vivian naquélas tabernas lúgubres da cidade. A pequena, fora violada aos cinco anos, por um malandro daquel submundo, puxo-lhe o seu nome Perfeita, e a catíva chamaba-lle carinhosamente maezinha. Tinha um corazón xeneroso, que sempre lhe permitiu estar porriba do dinheiro.
A Irmandade Circular
O Páxaro Vegetal.
oooooooooooooooooooooooooooooo
oooooooooooooooooooooooooooooo
O TEMPERO DOS PASSARINHOS FRITOS
DEITAR NUM ALGIDAR DE BARRO: VINHO BRANCO; SAL; ALHO;
COMINHOS; CRAVINHOS; RASPADURA DE NOZ MOSCADA; LOUREIRO. FRETIR NUNHA CAZOLA DE FERRO FUNDIDO, CON GRAXA DE PORCO.
O Tromentelo
oooooooooooooooooooooooooooooo
Pedra Polimentada, recolhida na Delgada perto de Barreiros.
oooooooooooooooooooooooooooooo
O ENSOPADO D’ENGUIAS
Cada vez, que os meus passos visitan a minha terceira nái, Lisboa, sempre me encaminho devotamente até ó Baleal, restaurânte síto na rua da Magdalena, em plena Baixa da cidade. Para degustar parsimoniosamente os camaróns cozidos, com sal semi-gordo porriba, acompanhado por bom vinho branco, mentras se espera pelo “ensopado d’enguias”, unha dose completa, ainda que o démo do empregado, insísta sempre, que meia dose chega, como se quixera regatear o manxar. Isto falta á verdade completamente, a última vez non había, o que me deixou realmente preocupado pela situaçón económica a que nos conduciu o Liberalismo, de cunho Norte Americano. As enguias, tamém chamadas “Eirós”, essas criaturas maravilhosas xá cantadas polo grande Aristófanes, através dos milénios sem fim. Apuradas lentamente, sem presas, sem tempo medido, perdidas no tempo como eternidade. Deben ser regadas por um branco com a suficiente amplitude, ou tinto, ainda que este pode manchar um pouco por dentro, as suas brancas carninhas.
Ó saír desta caverna de Dionísos, um é como se voara a baixa altitude, capáz de rir-se das aventuras mais heróicas, poseido por vontade indómita, de viver ó morno calor do Sol.
Leria Cultural
oooooooooooooooooooooooooooooo
Pedra polimentada, encontrada na Canexa do Portêlo.
oooooooooooooooooooooooooooooo
O BAUTISTA DA PORTELA
Era de Batalháns, do lugar da Portela. Um mendigo catrumano, muito suxo e abandoado da mán de deus. Dormía nas côrtes do gando, vinha da noite negra, metia-se entre os animais e alí pernoitaba quênte. Um dia deulhe um susto de morte á minha nai, pois non esperaba encontralo alí dentro, el chamaba-lhe carinhosamente Dinacha, e ela decía: ¡¡ DEIXATE ESTAR BAUTISTA !! ¡¡ DEIXATE ESTAR !!
A irmandade circular
Pedra Polimentada e queimada, atopada na Coalheira.
oooooooooooooooooooooooooooooo
oooooooooooooooooooooooooooooo
O BOLO DA PEDRA
A minha nai facía todos os dias, o bolo da pedra, nas costas da lareira había unha pedra de pé, contra a qual se arrimaba um sol pequeno, redondo, do tamanho d’um prato, feito de farinha de milho verde. Este pán comido quênte, era delicioso, despois rapidamente perdía toda a sua frescura. Semelhaba o leite bebido no instânte de ser munxído, a cor nídia da espuma, o sabor doce ainda sem oxidar. Tamém se usaban as côdeas duras, para fazer sopas de leite, no caldo, ou em sopas de cabalo cansado (Viño).
Eira Comunal
Pía das Galinhas.
oooooooooooooooooooooooooooooo
¡¡buscache a mulher que está rouca!!
.
Frase, que Maria do Pazo, aplicava inclemênte, a todas aquelas mulheres que eran acusadas de incontinência femenina. Fora unha velha história, que passou na sua época a unha boa moza de todas conhecida, e que non fora precisamente inventada pela literatura contemporânea, unha mulher de cuidado, que se atirava ós mozos. Qual, valorosa “Xoanna D’Arque” galega, acostumada a tomar a iniciativa amorosa nas suas máns. Famoso foi, aquel “affaire” no passo do rio Uma, quando lhe soltou a um incáuto barón: ¡¡Ai, Xoanzinho, se me quixeras ser bô!!
¡¡Si, pero tu gritávas!!
¡¡Buscáche a mulher que está rouca!!
Decia, Maria do Pazo, com um brilho azul nos seus olhos malandros. Sorriso aberto de mestra contadora, repartindo refráns, para cada caso que se presentava, sacava um da manga.
¡¡Em mim mandava o meu marido!! ¡¡Morreu!!
¡¡Agora, quem manda son eu!!
a irmandade circular
oooooooooooooooooooooooooooooo
Follas de Sarxa. (Facia-se um chá, para dores de estômago)
oooooooooooooooooooooooooooooo
O COLCHóN DE FOLHATOS E O ZETA-ZETA MORTAL
Saudades héi eu, do colchón de folhatos, um buraco no meio feito polo rolar do corpo, que ficava encaixado naquél molde, como se fora feito á medida de cada um. Tinha unha certa dureza, que permitía descansar o corpo bem. A chúvia a bater nas telhas dos beirais, e um, submerso naquél conforto vexetal, rodeado de toscos e fríos lençôis de linho, que rascaban e tardaban a aquecer. Cobertos por mantas de lán, muitas delas possívelmente feitas na casa, pois tinhan um aspecto antigo e artesanal. Quando a minha nai destripava os colchóns, e os espolvoreava com o terrível Zeta-Zeta, cuxo cheiro, aínda hoxe conservo arquivado na minha memória através dos anos. Producto infernal, somente comparábel á bomba atómica, que non sei, como non nos matou a todos. Isto demostra que, ha que ter muito cuidado com os inventos da ciência, melhor deixalos madurar o tempo suficiênte, para que passen de moda, e xa non sexan necesários.
Eira Comunal
oooooooooooooooooooooooooooooo
Fertilidade sobre pedras.
oooooooooooooooooooooooooooooo
A HISTóRIA DO MACHADO D´ORELHAS E DA LANZA DE PoNTA-ROMA
Quando menino, acordo que brincaba na eira da casa, con dous obxectos prehistóricos, que formaban parte dos utensílios da família, que aí permaneceran esquecidos através da inércia e da indiferênça dos milénios. A lanza sabía claramente o que era, mas o machado, sempre despertou o meu pasmo, pois aínda que Maria do Pazo, teimaba em utiliza-lo como martêlo, era completamente inútil para tal labor, non servía absolutamente para nada. Tinha dous gumes, um de cada lado, o que o inhabilitaba como martêlo, e um fío grosso que non cortaba rén, com o qual, tampouco valía para machado.
A Irmandade Circular
Obxectos antigos da casa.
oooooooooooooooooooooooooooooo
A SOPA DE CARAMUXOS
Manxár de manxáres, a sopa de caramuxos xa non é de caramuxos, senón de algo muito melhor, de berberechos. O mar todo, dentro de dúas conchas, o seu arrecêndo salgado, pairando perfumado. Balançando, com as súas ondas douradas dentro do prato, a colher talmênte como un remo:
3,5 Kg de Caramuxos, toda a noite em água con um punhado de sal,de manhán lavar na torneira. Unha panela de água fría (se non os caramuxos non abrem), quando abram todos(uns cinco minutos aproximadamente) desconchá-los. De seguída côar a água da cotura com um pano fino, por culpa das areias. Rustir no fundo dunha panela até alourar, unha cebola picada miuda, dous dentes d’alho picados, unha folha de loureiro, meia colher de caf’é de pimentón, um copo de azeite. Deitar a água dos caramuxos bem coada,quando ferva botar o pan de trigo despedazado, e remexer cinco minutos, controlando a densidade que non sexa demasiada. Apagar o lume, deitar os caramuxos e repousar.
O Tromentelooooooooooooooooooooooooooooooo
(Outra receita similar da nossa Lisboa:)
O CALDO MOURO D’ALFAMA
Leva tomate, e hortelán das hortas do Rossío, e berberechos que os pescadores traían, quando á noite entravam polas portas do Mar adentro, no regreso a casa.
O Tromentelo.oooooooooooooooooooooooooooooo
AS PAPAS DE MILHO
Aquí ha unha enorme confusón, pois contrariamente ó que se pensa, o milho, non é o milho verde. O milho é, o que os castelhanos chaman mijo, este cereal era consumido antigamente polos nossos antepassados, sendo muito mais tarde substituido como cereal principal pelo maiz, proveniênte das Américas, bastânte mais productivo, aínda que parece ser de inferiores qualidades nutritívas. Permaneceu non obstânte a memória das “Papas de Milho”, das quais, Cunqueiro afirmaba que actualmente só em Escócia se podían degustar. O seu sabor semelha curiosamente o da sopa de massa do cozido tradicional, como se esta viera substituir no nosso paladar as perdidas “Papas de Milho”.
O Tromentelo
oooooooooooooooooooooooooooooo
A LAMPREiA PETRIFICADA
A Lampreia com barbatana dorsal, pedra escavada no eido. Despertou este estranho ser d’antâno, inclúso a curiosidade dos pedreiros, que propositadamente a deixaron cara á vista. Um ser que vêm da escuridade dos tempos, unha espécie de lampreia, misteriosa, con barbatana dorsal.
A Irmandade Circular
O Pôte das azeitonas. (Receita para conservar as azeitonas)
Pedra Polimentada, recolhida na Cabada do Medio. (Perto do Castro D’Uma)
ooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooo
EM NOME DE GUILLADE (BENTO & CUNHADO)

EL ECO DEL CONDADO (CRÓNICAS DEL EXTRANJERO). DESDE SETÚBAL (PORTUGAL)
Morte sentida. O dia vintiseis de Septembro passado, deixou de existir nesta cidade o que em vida se chamou Francisco Carrera Martínez, natural de Guillade (Pontareas) e filho do acreditado comerciante desta praça D. Benito Carrera David. O finádo contába nesta com numerosas amizades polo seu trato e carácter bondadoso. Foi durante algúns anos xerente da firma “Bento & Cunhado” da que forma parte o seu pai. Os funerais celebrados o dia vintisete estiverom concurridíssimos, demonstrando a fama e o apreço de que gozaba em Setúbal. Assistíu o mais selecto da praça, assim como a numerosa colonia espanhola residente na mesma. Os proprietários dos cafés e restaurantes, em proba de carinho, oferecerom-lhe unha fermosa coroa e também outra ofrenda similar foi feita pola Classe de Empregados do ramo da Alimentaçón em Geral. “El Eco del Condado” fixo-se representar no funeral polo seu corresponsal nesta cidade. Entre o numeroso xentío vimos o Sr. Dr. Ojeda, Alfonso Rocha, Ceferino Seoane, Francisco Martínez, Manuel Vázquez, José Alvarez, Constantino Alvarez e outros muitos que sentimos non recordar. A família do finádo roga que testemunhemos desde estas columnas o seu reconhecimento imperecedeiro ao Sr. Don Alfredo Jacques e aos xovens que durante a sua doênça o rodeárom de cariños e desvelos. Descanse em paz o que em vida foi bom amigo e companheiro e para este decenário um dos seus melhores amigos e propagandistas e à sua atribulada família a expressón sincéra do nosso profundo pesar.
LORENZO MARTÍNEZ
A OUTRA HISTÓRIA OCULTA DE “BENTO & CUNHADO”
Quando a minha nái, Herundina Sebastián Sebastián, me levou prepositadamente a Setúbal para ensinar-me o negócio da família, que o meu visavô José Sebastián (o “Cunhado”), tinha perdido nunha das suas muitas aventuras amorosas, a casa ainda estába viva e muito animada de clientéla, baixo o rótulo de “Bento & Cunhado”. O meu visavô José (a verdade é que nunca me preocupei por saber quais eram os seus apelhidos maternos, com conhecer a sua terríbel história xá era mais que sufuciente), estaba casado com a irmán de D. Benito Carrera David, chamada antes de que o colonialismo franquista lhe modificára os apelhidos María Carreira Dabide. Âmbos da família do Pazo, quedando desta maneira tán modernos que, nem mesmo a sua própria nái os reconhecería. Mas, isto foi unha maldiçón xeral da época, à qual a minha nái Herundina tampouco logrou escapar. Pois, tratába-se de um ataque programado contra a essência mesma dos galegos. Um dia daqueles sinistros, um “intelixente” funcionário do Concelho de Pontareas, perguntou: ¿Usted como se llama? Dina, respondeu a minha nái. ¡¡Dina no, será Digna!! Bom, voltando ao que verdadeiramente interesa, o meu visavô José Sebastián foi apanhado na cama com a mulher do capitán da marinha, e para librar-se dele tívo que partir-lhe um braço. A raíz de tán funesto acontecimento, a xustiça portuguesa foi-lhe encima da casa, e perderom este magnífico estabelecimento, cousa que sempre lamentárom grandemente. A minha nái tratába de disculpá-lo da sua desastrosa conducta, afirmando que a vida humana, era como unha traxédia grega, na qual o home non era mais que um boneco nas máns do destino.
LÉRIA CULTURAL. INFORMAÇÓN ENCONTRADA POR XOSÉ MANUEL DABIDE XIRALDÉS (DA ILUSTRE CASA DE DON XIRÁLDO, UM DOS “HOMINES DE GUILLADE”).
ooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooo
APOLOXÍA DAS FALSAS PAPAS DE MILHO
As falsas papas de milho, non eran de milho, senón de milho- verde, magníficas e delicadíssimas, as papas de óleo de milho, essa exquisita farinha que, quedaba xunto da pedra da mô, dunha suavidade e dum sabor reservados só para os nenos.
A Irmandade Circular
oooooooooooooooooooooooooooooo
A LAREIRA
Neste lugar sagrado, negro polo fumo das ancestrais labaredas, unha gramalheira colgada do ceo, capaz de soportar o peso do mundo, um pote de ferro, pende colgado do seu extremo. Todo o conforto da lenha, quenta coa súa maxía o entorno, as irmáns galinhas (como diría Francisco de Assís) entran caladamente por un buraco, para dormir detrás da pedra da lareira. Este invento, nunca visto en parte algunha, talvéz descoberto por acáso da fortuna, permitía a estas amigas disfrutar en pleno inverno dunha situaçón privilexiada, participando tamém, desta maneira na irmandade circular da lareira. Os olhos péchan-se, o libro tumba, e fóra destes muros protectores, rúxen as rapinhas.
A Irmandade Circular
oooooooooooooooooooooooooooooo
a amâlgama comúm
Eu, como Pedro Homen de Melo, tamém sinto o orgulho de ter comido néla, Irmandado c’oas xentes da minha tríbo. A Amâlgama, era unha bandexa grande, metálica, esmaltada. Situada no centro da mesa, cada um comía pelo seu lado, surxíndo ás veces conflíctos, quando alguém se adentraba em território alheio, em busca dalgúm bocado suculênto. Os pratos individuais, só aparecem muito mais tarde, eu recordo haber comído na farturenta Amálgama Comúm de Perfeuta da Cancela, inclúso com todos os xornaleiros. Todos á volta dunha “Tábora Redonda”, comendo da mesma fonte, como se de um banquête público Espartáno se tratára.
Eira Comunal
oooooooooooooooooooooooooooooo
AS FLORES DE CHUCHAR
A hervácea erguéita, de talho elegante, brilhando na sua ponta unha florinha, pintada de fina escarlata. Essas flores da minha infância, arríncadas, desprendían um néctar delicioso, que era consumido com abraiamento por nós, pois tal abelhas andávamos chupando de flor em flor. Esta íncognita xóia, somênte reservada á alma dos nenos, que instintivamente disputávan segrêdos esquécidos no fundo dos tempos. Hoxe em dia, non sei se aínda existe algunha, escondida em recôndito lugar do mundo. Havía dous sítios, dos quais eu me lembre, no eido do Ramón debaixo da ventana, e no Pazo da Fonte, enrriba do muro da Pachuga. Estas fermosas hêrbelas, meio selvaxens, que puideran haber tido um uso medicinal, em tempos pretéritos, ou talvéz foran, queridas pela sua beleza fráxil, como companheiras ornamentais, d’algunha meiguinha doncela.
A Irmandade Circular
Limas no Eido.
oooooooooooooooooooooooooooooo
A LARANXEIRA REBELDE
Estábamos todos á mesa despois da ceia, era perto da meia noite, quando de repente a minha avó ordenou: ¡¡ Chico, colhe um varáu longo, e vai dar unha túnda na laranxeira !! ¡¡ Chama-lhe tamém nomes, puta dá laranxas, vá, cabróna, vota fruta, dá malandra, etc, etc… !! O meu avô, que era um home demasiado paciênte com a sua mulher, foi. Colheu unha tranca e fartou-se de malhar na pobre da árbore. Mentras os meus pais se desternilhávan de risa. Vós ride-vos tamém, mas o certo é que ó ano seguinte a laranxeira deu pola primeira véz na sua vida fruto, e por si acáso xa non deixou de dá-los mais, como se quedara escarmêntada ó recibir este duro trato, demasiado humano, e aprendéra a ser útil na vida. Mais tarde comentaria isto na escola em Lisboa, com xente entendida na matéria, e eles davan-lhe a razón á minha avó, pois parece ser que a ruptura das raminhas funcionava á maneira de poda, e estimulava a fructificaçón. Estas ídeas estrambólicas, que tinhan ás veces as velhas, non eran mais que sabêres empíricos acumulados durante séculos, que afloraban dunha forma máxica, o xurdir as necessidades da vida quotidiana.
A Irmandade Circular
oooooooooooooooooooooooooooooo
O CHÁ
Foron os Portuguêses, os primeiros que o trouxeron do Oriente, com claras intençóns comerciais, o seu principal atractivo é o cheiro maravilhoso, que despois de tostada desprende esta camélia única. Descoberto em lonxanos paises, estimulante de sonhos e luxúrias, existen vários tipos de chá:
O chá verde
O chá semi fermentado
O chá fermentado ou chá negro
Chás aromatizados
Chás afumados
Etc.
Son necessários três pôtes, um para o chá verde, outro para os fermentádos, e o último para os chás aromatizados. As melhores chaleiras, son as de porcelana e as de ferro fundido, nunca se deven lavar com deterxentes, senón escaldar e por a enxugar. A água nunca deve ferver, pois perdería oxigénio necessário para absorver os arômas. Coloca-se unha medida de chávena de água por cada pessoa, e unha mais para o pôte. Num coador deita-se outra medida de chá por cada pessoa, sempre em folhas moidas grossamente. Deixa-se repousar entre três e sete minutos, nunca mais tempo, despois apretar as folhinhas contra o coador, para que desprendan mais zumo. Disfrutemos agora, como quando pola primeira véz, unha folha de camélia, caíu por acáso da fortuna, dentro da chávena d’agua morna dum Imperador Oriental.
O Tromentelo
oooooooooooooooooooooooooooooo
Este Carro de Bois, parece ser que foi feito em Maceira.
O CARRO DE BOIS E O ARADO INúTEIS
Quedaron esquecidos no cobêrto, como se foran objectos que só servían para dar prestíxio ós seus proprietários. A sua mera presença bastaba, alí estaban neste Olimpo agrícola, semelhando perfeitas formas Platónicas, modelos exemplares para todos os arados e carros da eternidade. O carro de bois, foi mandado construir por Perfeuta Sebastián, toda unha idealísta, que pensou todos os detalhes deste barco, navegador de caminhos. E, quixo-o inmortal, os anos non pasán por el, permanece através das décadas exactamente igual. Feito em carbalho de cerne, estadulhos de castanho, e as rodas armadas de grossas ferraduras. Somênte uns bois daqueles que facían tremer o chán ó seu passo, poderían mover esta máquina de guerra, animais fermosos de verdade, cornos pequenos, a pel roxa galega, os olhos grandes, húmidos de ternura, capaces de namorar a deusas como Europa. Mas a nossa sociedade dos plásticos, non tinha capacidade económica, para manter estes luxosos seres, cuxo trato necesitaba dum home diário, so para lhe apanhar enormes quantidades de herva, levá-los á fonte a beber: ¡¡ ÁAAAAAAAGUGUGUGUGUGUGU !!…… , pastálos, dar-lhe o mimo, pasar-lhe a mán carinhosa pola cabeça, mentras eles vagarosamente remoían uns pondóns. Desapareceron do nosso mundo, substituídos por vacas, para as quais este armatoste era descomunal, e alí ficou o carro, parado sem navegar, testemunho calado, d’outro mundo de saudade. O arado de ferro, permanece montado encima do carro de bois, como se esperara unha saída de emerxência. Foi comprado por António Argibay, tal xinete indómito, companheiro de eternidade, nada no mundo parece capáz de separá-los. Este perfeito Cabalo de Tróia, com quêm ním a ferruxe se atréve, tal se o, seu mineral fora magnetíta, poucas veces saíu ó campo de batalha, armadura, digna de Toiarégo, os bois aínda o arrastában, mas o pobre home que lhe tocaba levar o leme, este non voltaba a meter-se noutra. Así, estas duas relíquias inseparáveis pola inútilidade, permanecen alí xuntos, baixo coberto, como dous Deuses entronizados.
A Irmandade Circular
Um novo personaxem, que sorrateiramente se incorporou nesta história.
oooooooooooooooooooooooooooooo.
OS PEIXINHOS DA NOSSA HORTA
Prato da Primavera, que refresca por dentro o nosso ardênte sangre. Quando os bancais Chinêses, que non poden ser pisados xamais, pois nísto consiste o segrêdo da sua xenerosa fertilidade, escomeçan a sua eterna dádiva. Perséfone, retorna dos infernos de Plutón, e revíve, todo o esplendor glorioso da natureza.
O feixón verde, préviamente cozido, despois de escorrêlos, temperar com o zumo d’um limón. Desfacer a farinha nunha mistura de vinho branco e água, passa-los polos “güevos” e deita-los na mistura, um pouco de manteiga, sal e pimenta ó gosto de cada um, e remexer tudo. Ir molhando os feixóns verdes, um a um e, fritindo-os em azeite quênte, despois seca-los em papel absorvente.
O Tromentelo
A Máquina de Sulfatar.
Kiwis da casa.
oooooooooooooooooooooooooooooo
O CASAMENTO DOS MEUS PAIS
Foi un casamento de pequenos, todos os vecinhos mandáron á boda os nenos, polo que tudo se convertíu nunha incontrolada festa. Os rapazes, comerón, dançarón, e gritarón todo o santo día, abandonados da tutéla paterna, derón rédea solta ás suas emoçóns. O porco, que se sacrificou para o evênto, era da família bonzai, tán raquítico, que foi salgado nunha cunca de madeira, daquélas que se usaban para amassar a farinha do “Bolo da Pedra”. Mas alegría, foi algo que nunca faltou, neste fermoso dia, derramada em abundância sobre a terra fecúnda.
A Irmandade Circular
Antonio Argibay Bouzó
Veiga de sorríbas, um terroir de excelência.
Runas
oooooooooooooooooooooooooooooo
EIDO DO ALCAIDE
A CASA DO PERíN OU DO ALCAIDE NO PAZO DA FONTE
Foi residência da família Leitos, que procedían de Marín, entre o ano 28 e o 35 aproximadamente. O Sr. Leitos era capataz da carretera, tiña ó seu cargo o tramo San Martiño de Portela – Leirado. Do ano 1936 o 1945 foi residência de Concha a “Sevillana” e mailo seu marido Ramón. Tamém serviu de “academía” para vários festivales.
J. G. Sebastián (Xosé da Casquilla)
XOSé DO PERíN
O Senhor Xosé, tinha unha casa de comida perto do largo da Trindade, em Lisboa. Como quase todo o mundo, de velho retornou á sua terra natal, acompanhado pela sua mulher, que era da família dos Carpinteiros, da Taberna da Ponte de Xil.
Tendo esta falecido primeiro, e sem deixar filhos, quedou na companhía da sua criada, a Senhora Preciosa da Cernada, unha filha desta, chamada Rosa, e a menina Victória. Sempre que os xornaleiros chegaban á sua casa demanhán cedo, o primeiro que facía era dar-lhes de comer, pois sabía que básicamente o problema comúm, era a fame. Acostumado a viver bem, viu-se envolvido nos seus últimos anos, nunha luta pola sua herência, que terminaria com a sua morte por aforcamento, nunha tráve da bodega do Eido do Alcaide, que assim se chamava a sua morada. Descanse em paz.
A Irmandade Circular
A SENHORA PRECIOSA DA CERNADA
Era do lugar da Cernada, nas faldas do coto do San Domédio. Veio trabalhar de criada pro Eido do Alcaide, e alí passou quase toda a sua vida. A senhora Preciosa, merecía realmente a sorte que tivo, pois atopou no seu caminho um médico benevolente, prohibiu-lhe comer de tudo, menos pernil e chourizos, que era precisamente o que mais lhe gostaba, neste perro mundo.
A Irmandade Circular
PODE HABER VIDA, ONDE QUER QUE MIRES
Certo, que a maioría dos planetas están fora das zonas temperadadas dos sistemas estelares. Mas, também. que todos os sistemas tenhem as suas zonas temperadas, que pelas condiçóns deberíam albergar vida. E possíbelmente, essa vida, debería ser semelhante á nossa. Os ingredientes para formar um mundo, están presentes por toda a parte ( tal como xá um filósofo grego, anunciou há miles de anos, com a sua teoría das “Sementes”). “Matéria-Enerxía” e “Espaço-Tempo”, polvo de rochas, líquidos, gáses, calor e frío, mudanzas constântes. O 16 de Agosto de 1987, um telescópio de ondas electromagnéticas, recebe dunha fonte fixa, seis letras e numeros. Seguidamente, buscou-se o mesmo sítio, mas nada respondeu até hoxe. O sinál vinha dum sistema de estrelas a douscentos anos luz. Pelo que, estavam demasiado lonxe, no espaço-tempo, para poder contactá-los dunha maneira séria, pois a nossa resposta tardaría muito em chegar-lhes. Em quanto, ás possíveis visitas, de seres extraterrestres, que nos visitam, visitarom, ou visitarám. Esperemos, que non se nos pareçam em nada. Que non sexa, como quando Colón descobríu América, pois non sería demasiado bom para nós nativos, e paradoxalmente, só nos cabría desexar que non foram como nós.
a irmandade circular
oooooooooooooooooooooooooooooo
Moscatel do Eido do Alcaide
Pia dos Cabalos
Teixa
Folha petrificada, recolhida em Rebordinhos.
A flor do Xacarandá, no Eido do Alcaide.
Bodega e Lagareta em dous corpos separados.
Bananas do Eido.
Lagareta do Eido do Alcaide.
A Boca D’Agua.
Variedade de Acibinho.
A Pedra da Lagareta.
O Teixo
O Acebinho
Frutos do Acibo
Malva Silvestre
Por aqui entrava a trave da Lagareta.
Este Castanheiro, hade andar por perto dos cem anos.
Mazans do Pazo. (Unha das melhores variedades)
O Cortelho do porco.
Trepadeira Silvestre.
Capoeira das Galinhas.
Por esta pia, alimentavase o porco desde a cozinha.
O Forno de Lenha, cozia-se unha véz á semana normalmente.
Feixoas da Casa
oooooooooooooooooooooooooooooo
EIDO DO BANDARRAS
Casa do Bandarras, o seu fontal tinha unha xanela de pedra, e foi totalmente derruido pelos tractores que arrastaron o bosque antigo para a celulosa.
Caneca de Xosé do Bandarras, recolhida entre as cinzas da sua lareira
.
XOSé DO BANDARRAS
Era de Campo do Mouro, vivía nunha casa emprestada no antiquíssimo lugar do Pazo, encostada á muralha do Eido do Alcaide. A sua mulher era da família dos Pernetas d’Uma, proveniêntes do Rego da Costa. Xosé do Bandarras, mascaba tabaco na sua ventana, xá velho, remoêndo a fame. Esta xente viveu mal, no fim da vida, mataba a fame na lareira do Pazo, cunha cunca de caldo na mán, contando contos d’antano. Aínda hoxe, conservo na minha casa o seu Xerro e a caneca de barro, que recolhín xunto da velha pedra da lareira, semi enterrados no chán dos tempos.
A Irmamdade Circular
Xerro e Pote dos Chourizos de Xosé do Bandarras
oooooooooooooooooooooooooooooo
¡¡ GALLEIRINHA. GALLEIRINHA !!
A fermosa doncela branca, que cabalga os montes êrmos, solitários. A chúvia cimbrándo, e ouveando os ventos, nas ramas despidas das cerdeiras, abanando cos xélos do crú inverno.
Dentro das áspras sábanas de frío linho, cobertas por mantas quêntes de lán d’ovelha, chóina o leitor felís, tumbado na morna quentura. Conversando com xentes mortas ha milénios, tal Arxina, modelando com as suas marinhadouras, as pelicouras pétreas dum fermossíssimo e duradouro sono.
Léria Cultural
oooooooooooooooooooooooooooooo
EIDO DO ARRASTA
Escola porriba, serán debaixo.
A CASA DO ARRASTA
No Pazo da Fonte, esta foi a escola dos rapazes, mais ou menos dos anos trinta ó trinta e nove. -Na sua bodega fixo-se o serán mais popular de Guillade durante muitos anos(aproximadamen te do quarenta e um ao quarenta e seis) hasta que o Sr. Xiráldez pensou en facer o primeiro baile de Guillade na casa da Fidalga, isto pasaría aló polo ano cinquenta aproximadamente.
J. G. Sebastián (Xosé da Casquilla)
O Pozo compartido entre duas casas.
oooooooooooooooooooooooooooooo
UNHA HISTóRIA MAIS DO “ARRASTA”
Este home era retornado de Lisboa, grande entusiásta polas fazañas da Parróquia. Na década dos 40, tinha nos seus anceios a ilusion de tres proxectos, que todos eles non chegarian a ser realizados capazmente ou nunca na vida. Ben, esplicarei-me:
O primeiro foi o “grupo escolar”, este quedou reducido a unha escola de nenas e unha vivenda para a maestra, porque o terreno facia-se pequeno para o “grupo mixto”. Os rapaces tiveron que seguir compartindo clases nun galpón amañado para tal caso ¿porque? porque a xente de Guillade non sabe pedir, soamente sabe dar. Esta foi unha obra do Estado Español executada polo Ministerio de Educación e supervisada polo noso Concello continuando na sua tutela e mantemento da devandita Escola. Neste caso coido que a aportación da Parroquia poido ser mínima se non quedar a cero.
Outra ilusion do señor Arrasta era a construccion dunha presa de auga na Coalleira para dar regadio a todo Guillade, cousa que non foi conquerida por ser rexeitada polos veciños da zoa por mor de facerse un atranco naquela vaguada da Fraga do Rei, tan rica en pasto e co conseguinte risco para os nenos ou persoas que apacentaban os animais naquela area.
Outra ilusión do señor Arrasta era o teléfono, que foi realidade 35 anos mais tarde e loxicamente con diñeiros da xente de Guillade, pero enton xa cartos mais frescos. A modo de anécdota: este señor, tiña tanta ilusión polo devandito teléfono que montou (nun momento de crísis, síquica, non económica) no seu eido unha central telefónica usando unha maceira chea de buratos, facendo o simulacro que enchufaba as clavixas con varios aramios, asi ligaba para Lisboa e quedaba moi ledo tendo a ilusión de comunicar coa sua familia.
O señor Arrasta tiña un sector que lle daba axuda e animo, pero existia outro sector que so sabia facer mofa de el. Eu que ben o coñecia percateime de moitas rabietas que pasaron pola sua cabeza.
J. G. Sebastián
(Xosé da Casquilla)
oooooooooooooooooooooooooooooo
EIDO DA FORXA
A Forxa
Escumallas de fundiçón da forxa.
A Casa da Forxa, aqui trabalhou o Senhor Antonio do Portêlo de carpinteiro.
Louzeiro feito de pau de cereixeira, com detalhes a canivete. (Este parece que non é do Antonio do Portêlo)
O SENHOR ANTóNIO DO PORTêLO
Era Português, um home tranquilo e educado, e de físico delgado. Posseia os segredos da nobre arte de marcenêiro, na oficina do eido da Forxa, situada em plena Vía Altéria, alí, trabalhaba artisticamênte, c’o lume acendido, as ferramentas guardadas em baúles de couro. Laboraba com lenta parsimónia, com esmerada perfeiçón, saboreando, o relaxo da chúvia cálida da primavera. O arco-da-velha, pavoneando as suas mil cores. Son lembranzas da infància, ás que a memória deste home están unidas. Este lugar do Eido da Forxa é muito antigo, non se sabe de que tempos virá, a casa tem forma ovaloide semelhando unha ferradura, no chán há escumalhas de ferro, escórias de fundiçón, que afloran na terra do caminho, sítio ligado desde antano ás alquimías de Hefaístos. Aquí vivía e meditaba o Senhor António, digno herdeiro destes lugares e ofícios arcânos. Aínda se conserva na casa d’Uma, um louzeiro parecido ós da sua autoría, feito em pau de cerdeira, com adornos trabalhados a canivete.
A Irmandade Circular
O Portêlo da Forxa
Manuel Argibay Bouzó, outro carpinteiro que a fortuna trouxe ó mesmo sítio.
A Canexa do Outeiro.
oooooooooooooooooooooooooooooo
FONTE DO PAZO
A Fonte mais bonita do mundo.
Aquela que permaneceu na nossa memória.
Impoluta de cemêntos.
oooooooooooooooooooooooooooooo
A FONTE DO PAZO
Quando em Lisboa estudaba a Luís de Camoes, e o seu poema na honra de Lía “Lianor”, sempre na minha lembranza surxía esta fonte, antáno povoada de borboletas multicolores, de libélulas de asas azuladas, de cagôtes desenhadores de círculos concêntricos na áuga, de saltóns de asas coradas. Hoxe em día só queda unha rán furtíva, que cada vêz que escuta algo, atíra-se ó rego, em suicídios sucesivos. As raparigas lavaban, mostrando as súas perninhas, algo máis arriba do normal, estendían a roupa branca nos campados floridos da primavera. Os bois sorbían lentamente a áuga, arrulados polo ¡¡ÁGuGuGuGuGu…….!! Mentras a paxaráda, desataba a piar os seus aflautados trínos. O linho hinchaba, tumbado nas pozas com pedras porriba, submerxído, na áuga désta fonte única. ¡¡Nunca deixemos, que o cemènto-fedorento, afôgue a túa beleza!!
A Irmandade Circular
A Fonte de Lianor.
MOTE
Descalza vai per’a fonte
Lianor, pola verdura;
vai fermosa e non segura.
VOLTA
Leva na cabeça o pote,
o testo nas maos de prata,
cinta de fina escarlata,
saínho de chamalote;
traz a vasquinha de cote,
mais branca que a neve pura;
vai fermosa e nao segura.
Descobre a touca a garganta,
cabelos de ouro o trançado,
fita de cor de encarnado…
Tao linda que o mundo espanta!
Chove nela graça tanta
que dá graça à fermosura;
vai fermosa, e nao segura.
(Luís de Camoes)
oooooooooooooooooooooooooooooo
PAISAXE DE EUCALíPTOS
Ribeiras sombrías
nao há nesta terra;
nao há fontes frías
que baixem da serra:
pois quem vos desterra
espera também.
Despertai, minha alma;
nao durmais, meu bem.
(Luís de Camoes)
oooooooooooooooooooooooooooooo
A BARRONCA DE BARREIROS
Era a antesala de um inférno benígno, metida na terra, como o leito de um río seco. Lugar d’unha luxuriânte flôra, sobre tudo em primavera, era o berzo de todos os inséctos danzântes do mundo, a sua pululânte beleza, anunciadora de todos os prazeres-sentidos terrestes. O pásmo, diante désta natureza deslumbrânte, de vida tan grácil, tan delicada, que a mán brutal do home, borrou sem remédio. Estes seres chamados inséctos, foron os que mais sufríron, no altar inclemênte da modernidade-dessarrolhista.
A Irmandade Circular
Caneiros pétreos da agua D’Uma
oooooooooooooooooooooooooooooo
A CABADA DO PERíN
oooooooooooooooooooooooooooooo
A DELGADA
Caminho das Laxes
Monumento á morte de Maria do Outeiro
OOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO
AS LAXES
OOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO
A PENÉLA
ARQUEOLOXÍA (O PETROGLÍFO DA PENÉLA)
Este monumento, non está catalogâdo nos rexistos oficiais. Foi encontrado por mim, quando, nunha das solitárias e acostumadas excursóns minhas, me atopava disfrutando da unión com a nai natureza. Depois de escudrinhar sistematicamente toda a área, levei unha grata surpressa, deparei com um importânte achado, um petroglífo de calado, que fora de maneira inmiserecorde partido em várias pezas bastante grandes, para murar unha das veigas da Penéla. Non parece encontrar-se no seu lugar orixinal, pelo que sería transportado em carros de boi desde o monte. Há no mesmo sítio, dous pedazos grandótes polo menos, postos de pé para pechar o lugar. Pensara daquéla, levá-lo para o Centro Cultural de Guillade, a fim de que non se perda. Mas, como parece ser, que quêm manda agora no mundo, son os coches, e em vêz de fazer um bonito xardím, com unha fonte no meio, fixeron um aparcamênto todo alcatroádo. O anteriormente referido, tesouro histórico, ficou no seu lugar sagrado, lonxe das miradas dos cobiçosos bingueiros. Alá, escondido no corazón do bosque, onde o forte ruído dos infernos sociais, non logra chegar.
a irmandade circular
oooooooooooooooooooooooooooooo
O EIDO DA PECHADA
Unha das entradas ó Eido da Pechada.
Neste lugar había, como unhas ruínas de paredes.
oooooooooooooooooooooooooooooo
EIDO DA PECHADA
Quedaba este eido porriba das laxes, perdido no meio do monte. Eu xa non acordei, que vivera xente alí, mas a minha nai falaba-me del ás veces, escondido nos tempos remôtos, asociádo a ideas inmemoriais. A senhora Maria Rosa da Pechada, barría o monte cunha basoura de xéstas, pois estaba no corazón da floresta, e as galinhas picoteaban libremente por ela. A Tapada ou Pechada, era um campo rodeado de muros de pedra, como unha canda protectora dos cultivos e dos animais domêsticos que pastaban nela. Este nome recordame unha antiga connotaçón máxica, que era o corpo cosido e pechado, espécie de feitiço para situaçóns extremas de guerra, ou de questóns de honra. Un mètodo arcáico, capaz de infundir determinaçón e valor indómitos, o suxeito saía deste ritual, que se efectuaba con unha tina, água, linhas e agulha, com a cega loucura, dunha total inmunidade, encaminhada á aniquilaçón do inimigo. Deste Corpo Pechado e Cosido, fala tamém a tradiçón ancestral do nordeste Brasileiro, por voz de Joao Guimaraes Rosa, penso que no libro “Sagarana”, memórias que se conservavan na alma das povoaçóns Galaicas, que povoaron o Grande Sertao. Tamém num libro de Xosé da Casquilla, fala dum home désta família (do qual aínda conservo memória, vestido com unha chilaba de riscas), por um caso de amor entre animais.
A Irmandade Circular
Caminho da Pechada
A Saborida
Outra entrada da Pechada, e había tamém um caminho murado que subia dereito ó Castro d’Uma.
A outra entrada á Pechada
.
oooooooooooooooooooooooooooooo
CABADA DO LAMEIRO
Bosque espontâneo de árbores nativas, que hoxe corre o perigo de que o eucalipto se lhe infiltre polo meio.
OOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO
A PORTELINHA
Caminho da Portelinha
Caminho da Portelinha
OOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO
O EIDO DO VELHO
O Eido do Velho.
O TIO ANTÓNIO DO PAZO
Parece ser que caiu dum pinheiro quando era pequeno, polo que ficou um pouco derrengado. Tinha o carácter profundamente misântropo, a consequência do qual vivía apartado, somênte participaba nas comidas comúns. Era home de talênto humorístico, de vez em quando soltaba unha das suas chíspas. Marido da Maria Rosa da Perra-Chica, era da família da Laxe, e debia albergar no seu íntre um paraíso da infância pastoril. Quando voltou de Lisboa, xá velho, comprou unha vaca, e todos os dias paseaba com ela até ó Eido do Velho, vários kilómetros apartado, por paraxes solitárias. Esas terras parece ser que pertenceran á sua família, e nélas possibelmente se encontrára o seu paraíso perdido. Quando a malándra da vaca lhe facía algunha trastáda, el ameazaba ¡¡ ANDA, QUE VAS DAR LEITE POLOS CORNOS !!
A Irmandade Circular
oooooooooooooooooooooooooooooo
O Bosque Primixénio
oooooooooooooooooooooooooooooo
MOTE ALHEIO
Verdes son os campos
da cor do limón:
assi son os olhos
do meu corazón.
VOLTAS SUAS
Campo, que te estendes
com verdura bela;
ovelhas, que nela
vosso pasto tendes:
d`ervas vos mantendes
que traz o Verao,
e eu das lembranças
do meu coraçao.
Gado, que paceis:
co contentamento,
vosso mantimento
nao o entendeis.
Isso que comeis
nao sao ervas, nao:
sao graças dos olhos
do meu coracao.
LUIS DE CAMOES
oooooooooooooooooooooooooooooo
O PAN DE BELOTA
Deste pan antergo, xá non conservamos memória viva. Facía-se tostando as landras dos carbalhos, e posteriormente moendoas no muinho de pedra. Era um pán lonxêvo, ideal para aguantar largos cercos de fame e guerra.
O Tromentelo
Monumento funerario atopado na beira da Vía, perto de Campo do Mouro.
Sober, ou Sobreira.
oooooooooooooooooooooooooooooo
CAMPO DO MOURO
O Campo do Mouro.
Campo do Mouro, unha tampa de tumba arcáica utilizada como poste.
Outra tumba como poste.
Padron arcáico da mesma veiga, todos ó lado da Vía Altéria.
Esta Tampa do mesmo cerrado, aínda conserva um rectángulo pequeno de mármore con a lexenda xá apagada polo tempo, ou pola mán do home.
Detalhe da tampa tumular.
oooooooooooooooooooooooooooooo
AS TRUFAS
Há trufas em muitos lugares, mas as de mais qualidade son a trufa negra Francêsa, e a trufa branca Italiana (ou Tartufo). A branca, non debe cocinharse, come-se crúa, pois doutra forma destruiriamos o seu arôma, que é a sua principal virtude. (Pasta al dente, trufa laminada, um chorro d’azeite). A negra Francêsa, prepara-se á maneira dos buscadores de trufas: Cinco ovos das galinhas da casa, meten-se com as trufas cerrados núm recipiênte, que colocamos no frigorífico, para que o arôma penetre nos ovos. Despois, a banho maria, deitamos os ovos batidos, e as laminas de trufa remexendo até ficar tudo escalfado Os melhores buscadores son as porcas e os cáns, que as descubren subterradas, perto das raices dos carbalhos, ou das carrascas. Estes animais, que son quase tán intelixentes como o home, tamém as aprecían muito, e cada vez que a porca descubría unha, o dono puxava-a para trás, impedindo que a comera, entón colhía unhas rabietas de muito par de colhóns. Mas certa noite, conseguiu escapar do cortelho, e apanhou semelhante empache, do qual irremediavelmente veio a finar.
O Tromentelo





































































































































































































































Moi interesante, encantoume, brutal o machado e a lanza.